O gabinete do ministro Alexandre de Moraes afirmou nesta terça-feira, em nota, que não houve irregularidades nos pedidos feitos pelo magistrado a órgãos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante a apuração dos inquéritos das fake news e das milícias digitais, abertos pela Corte para investigar ataques a ministros e também a instituições no processo eleitoral.
Reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira afirma que um assessor do ministro solicitou oficiosamente a produção de relatórios de investigação do TSE para embasar decisões durante as investigações.
A assessoria de Moraes informou ainda que o TSE tem competências de polícia. Segundo a reportagem, o foco dessas reportagens foram postagens nas redes sociais de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro com ataques à Corte, à lisura das eleições, além de incitação dos militares contra o resultado das urnas.
“O gabinete do ministro Alexandre de Moraes esclarece que, no curso das investigações do Inq 4781 (Fake News) e do Inq 4878 (milícias digitais), em conformidade com a regulamentação, foram feitas diversas determinações, requerimentos e solicitações a diversos órgãos, incluindo o Oficial do Tribunal Superior Eleitoral, que, no exercício do poder de polícia, tem autoridade para realizar denúncias sobre atividades ilícitas, como desinformação, discurso de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e ataques à Democracia e às Instituições”, diz a nota .
As mensagens obtidas pelo jornal são atribuídas a Eduardo Tagliaferro, então responsável pela Assessoria Especial de Combate à Desinformação (AEED) do TSE, e ao desembargador Airton Vieira, auxiliar do gabinete de Moraes no STF.
As conversas, segundo o jornal, mostram que o órgão do TSE foi utilizado como braço investigativo do gabinete de Moraes com a produção de reportagens para respaldar as decisões do ministro contra apoiadores de Bolsonaro.
“Os relatórios simplesmente descreviam as postagens ilícitas feitas nas redes sociais, de forma objetiva, pois estavam diretamente ligadas às investigações sobre milícias digitais. Vários desses relatórios foram coletados nessas investigações e em outras investigações relacionadas e enviados à Polícia Federal para continuidade. investigações necessárias, sempre com o conhecimento da Procuradoria-Geral da República”, afirma a assessoria de Moraes.
A magistrada afirma ainda que “todos os trâmites foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com plena participação da Procuradoria-Geral da República”.
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