O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), negou que a decisão de suspender o aborto legal no Hospital Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte da cidade, tenha sido motivada por motivos políticos.
Em entrevista ao G1 nesta segunda-feira, 12, o prefeito e candidato à reeleição afirmou que a medida foi tomada com base em critérios técnicos.
“Não é o prefeito, o jornalista ou alguém de fora desse contexto que tem melhor posição para definir onde o procedimento pode ser realizado do que o médico que está lá”, afirmou o prefeito, destacando que a prefeitura não suspendeu o aborto legal na cidade. cidade, mas redirecionou o procedimento para outras unidades de saúde, liberando o Hospital Vila Nova Cachoeirinha para realizar outras cirurgias, como a de endometriose.
Sobre a negação do aborto a duas mulheres, ele respondeu: “Se o procedimento for legal, será feito aqui. Nem Alexandre de Moraes está em melhor posição para defini-lo do que o médico que está na linha de frente, num dia -dia a dia”, declarou Nunes.
Em junho, o ministro do STF determinou que os hospitais de São Paulo comprovassem o cumprimento de sua decisão de 17 de maio que suspendeu a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que restringia o aborto legal, “sob pena de responsabilização pessoal de seus administradores”.
Sem citar diretamente o ministro, Nunes criticou “alguém de Brasília, não sei de onde, querendo opinar sobre o dia a dia dos técnicos”. E reforçou: “Isto é técnico, não é político, são decisões técnicas”.
Em junho, a prefeitura informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que foram realizados 68 abortos legais na rede municipal de saúde em 2024.
Apenas quatro procedimentos foram realizados em mulheres com mais de 22 semanas de gravidez. Como mostrou o Estadão, abortos legais em mulheres com mais de 22 semanas de gestação foram realizados em janeiro, fevereiro e abril, ou seja, e nenhum foi realizado após a suspensão da resolução
Em entrevista ao G1, Nunes também foi questionado sobre o motivo de sua visita à garagem da UPbus, empresa investigada por suposta associação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), um dia após a operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
O autarca justificou a visita afirmando que estava “a pensar nos passageiros”. “Penso no passageiro. Manter o serviço sem interrupção”, declarou.
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