Ao retornar ao Planalto, em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou a política externa como prioridade. Ele disse que queria colocar o país de volta nas conversações internacionais de alto nível. Sempre que quis ser protagonista, porém, não conseguiu.
Nos dois principais conflitos armados da atualidade, Lula tentou mediar a paz, mas fracassou com frases polêmicas:
- Rússia vs Ucrânia – igualou os 2 países, apesar de a Ucrânia ter sido invadida;
- Faixa de Gaza – virou persona non grata em Israel por comparar as ações do governo israelense contra o Hamas com o Holocausto.
Desde que assumiu o cargo, em 1º de janeiro de 2023, Lula passou 79 dias fora do país na tentativa de emergir como protagonista internacional. Mas ela teve mais acompanhamento e destaque na mídia brasileira do que na mídia internacional. Quando ele discursou na ONU (Organização das Nações Unidas) em 2023, os principais veículos jornalísticos dos EUA e da Europa praticamente ignoraram o presidente.
Os jornais dos países desenvolvidos preferiram destacar a forte condenação feita contra a Rússia pelo presidente dos EUA, Joe Biden. O discurso do líder da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, também teve grande exposição.
Lula fez um discurso em que novamente evitou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. Falou sobre a necessidade de construir a paz, tratando com respeito todos os envolvidos no conflito.
O brasileiro também voltou a falar sobre a necessidade de reformar a governança das Nações Unidas, com o aumento do número de membros do Conselho de Segurança —atualmente composto apenas por EUA, Rússia, França, Reino Unido e China, todos com o poder de veto.
Nenhum destes temas teve destaque na mídia internacional.
Lula e Venezuela
O petista apostou no restabelecimento dos laços diplomáticos com Nicolás Maduro em seu 3º mandato. Ele o recebeu com pompa em Brasília, em maio de 2023. Diante da polêmica eleição no país vizinho, porém, limitou-se a exigir moderadamente dados detalhados das pesquisas.
Lula quer se preservar como interlocutor de Maduro e da oposição e também evitar qualquer tipo de escalada violenta no país. A cada dia que passa, porém, uma solução diferente da prisão do atual presidente venezuelano torna-se mais improvável se a fraude nas eleições de 28 de julho for confirmada ou se a oposição aceitar que não houve erro nas eleições.
Mais recentemente, na última quinta-feira (8/08), o Planalto teve que lidar com mais um revés internacional. O Brasil teve que reagir à expulsão do seu embaixador na Nicarágua.
O presidente já disse que passou muito tempo sem se comunicar com Ortega, a quem sempre se dirigiu de forma atenciosa. Diante da afronta recente, o petista também teve que expulsar o embaixador de Ortega. Mas o Planalto agiu na esteira do país centro-americano.
Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o ato foi recíproco porque o embaixador brasileiro foi convidado a deixar o país por não ter ido a um evento comemorativo na Nicarágua. Para o governo brasileiro, esse não era um motivo razoável.
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