Candidato a prefeito de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) defendeu, nesta sexta-feira, 9, a interrupção da gravidez nos casos previstos em lei, como a gravidez resultante de estupro. Boulos afirmou ainda que não apoia a legalização das drogas, mas sim o resgate e recuperação de dependentes químicos.
As declarações foram feitas durante entrevista à rádio evangélica Musical FM. Questionado por um pastor da Assembleia de Deus sobre os costumes, o candidato do PSOL adotou uma postura diferente do discurso típico de seu partido, que costuma focar na ampliação das liberdades individuais.
Ao discutir o tema aborto, Boulos afirmou que defende o cumprimento da legislação vigente, sem a necessidade de sua ampliação. Ele argumentou que a lei atual data da década de 1940 e destacou que nem mesmo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que contava com o apoio da população evangélica, alterou essa legislação.
“Defendo que a lei seja cumprida. A lei, por exemplo, sobre interrupção da gravidez, é muito clara. Permite o aborto em casos de estupro, quando o feto é anencéfalo ou quando há risco de vida da mãe”, afirmou Boulos, mencionou que tinha formação cristã e foi batizado na Igreja Ortodoxa. “Tenho minha fé”, acrescentou.
Sobre a política sobre drogas, o candidato do PSOL afirmou que sua posição não é de legalização, mas sim de resgate. Ele explicou: “Porque tem gente que só quer apontar o dedo. Tem gente que quer colocar viciados em drogas na prisão. .”
Debate na Banda
A entrevista de Boulos à rádio gospel foi seu primeiro compromisso público após o debate entre os candidatos a prefeito, realizado pela TV Bandeirantes nesta quinta-feira, 8. O debate foi marcado por trocas de farpas, ataques profanos e um tom pouco propositivo. .
Como era de se esperar, o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), foi o principal alvo de seus adversários, enquanto Pablo Marçal (PRTB) assumiu o papel de “atirador”, criticando e até xingando Nunes, Boulos, José Luiz Datena (PSDB ) e Tabata Amaral (PSB).
Questionado sobre o debate, Boulos evitou citar nomes, mas criticou o nível das declarações feitas durante o evento. “A crítica é importante porque a democracia é isso. Você tem que dizer por que não concorda com quem está lá [na Prefeitura]. Agora, há candidatos – e não vou citar nomes aqui para não prolongar a polêmica – que só estão tentando baixar o nível, só para atacar, só para insultar, e acho que isso não ajuda.”
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