O conselheiro ainda corre contra o tempo para não ser impedido de fazê-lo caso se torne réu em ação por corrupção movida pelo STJ
Um desentendimento político entre a liderança do PSDB e o atual presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul (TCE-MS), conselheiro Jerson Domingos, pode paralisar o provável pedido do conselheiro Waldir Neves no Tribunal de Contas.
Afastado desde 8 de dezembro de 2022 e utilizando tornozeleira eletrônica por determinação do ministro Francisco Cândido de Melo Falcão Neto, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), por suspeita de participação em suposta trama de corrupção no TCE-MS, Waldir Neves, conforme noticiou com exclusividade o Correio do Estado, já anunciou sua aposentadoria nas últimas semanas.
A reportagem obteve informações, de fontes da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), de que o conselheiro, que foi deputado estadual em 1991 na Casa de Leis, solicitou oficialmente o serviço de solicitação de contagem de tempo para fins de aposentadoria.
Segundo o Correio do Estado, o pedido formal de informações à Assembleia Legislativa foi feito há cerca de duas semanas e, na semana passada, Waldir Neves recebeu a devolução, também oficialmente, explicando que reúne todos os requisitos necessários para protocolar o pedido de aposentadoria.
Ou seja, o ex-deputado estadual contribuiu com tempo suficiente para o regime previdenciário da Casa de Leis e também tem idade para requerer a aposentadoria. Porém, agora, ele precisa da aprovação da Agência de Seguridade Social de Mato Grosso do Sul (AGEPREV), que administra o Regime Previdenciário próprio do Estado de Mato Grosso do Sul (MSPREV).
Somente com essa aprovação, Waldir Neves poderá ingressar com processo de aposentadoria no Tribunal de Contas, onde também terá que cumprir alguns ritos, como, por exemplo, passar pelo escrutínio do Ministério de Contabilidade Pública, para encontrar se todas as informações conferirem, e só então o pedido chegará às mãos da presidência.
Para que todos estes trâmites estejam concluídos, segundo fontes consultadas pelo Correio do Estado, dificilmente será ainda neste ano, provavelmente no primeiro semestre de 2025. É aqui que a situação se complicará para o conselheiro, como poderá, por até o final deste ano, tornar-se réu na ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF) no STJ por participação em suposta trama de corrupção.
Se o Tribunal Especial do STJ aceitar as denúncias do MPF, Waldir Neves ficará impedido de prosseguir com o processo de aposentadoria junto ao Tribunal de Contas, porém, caso os ministros não julguem o caso até que o conselheiro conclua todos trâmites legais Para se aposentar, ele ainda terá outro obstáculo: o desentendimento do PSDB com Jerson Domingos.
Para quem não sabe, a liderança tucana, representada pelo ex-governador Reinaldo Azambuja e pelo ex-secretário executivo do Gabinete de Relações Institucionais e Políticas do Distrito Federal, Sérgio de Paula, trava uma verdadeira guerra política silenciosa contra o presidente .
Este atrito político tornou-se mais intenso após Jerson Domingos divulgar a lista de gestores e ex-gestores públicos que tiveram as suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidades irremediáveis.
O problema é que o nome do deputado federal Beto Pereira, candidato a prefeito de Campo Grande pelo PSDB, consta da lista, que foi enviada ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), que terá o tarefa de declarar a inelegibilidade ou não dos incluídos na lista.
O fato é que, caso Waldir Neves se aposentasse, o nome para substituí-lo seria Sérgio de Paula e, com sua presença no Tribunal de Contas, o PSDB aumentaria seu poder de atuação no TCE, onde já conta com os assessores Flávio Kayatt e Márcio Monteiro.
Portanto, sua chegada neste ano não seria bem-vinda para Jerson Domingos, que é quem tem a caneta para assinar ou não o documento que autoriza a aposentadoria de Waldir Neves. Neste caso, logicamente, será muito difícil acelerar o processo.
Portanto, qualquer alteração na atual composição do TCE-MS ficará adiada para o próximo ano, quando poderemos ter duas vagas políticas abertas, uma pela provável aposentadoria de Waldir Neves e outra pela aposentadoria de Jerson Domingos, que atingirá o limite de idade de 75 anos.
Descobrir
O TCE-MS é composto por sete conselheiros, sendo quatro escolhidos pela Assembleia Legislativa e três pelo chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este último indicar um entre auditores, outro entre membros do Ministério Público e um terceiro de sua livre escolha.
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