Lula inaugura obra viária que desafoga tráfego na Grande Florianópolis

Com investimento de R$ 3,9 bilhões, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou, nesta sexta-feira (9), o Contorno Rodoviário da Grande Florianópolis. Gerenciado pela concessionária Arteris, o projeto rodoviário desvia todo o tráfego de longa distância da região metropolitana da capital catarinense. A mudança, a partir de agora, oferece uma alternativa ao intenso trânsito da BR-101, que corta a região metropolitana.

Esperado há pelo menos dez anos pela população catarinense, Lula destacou que, em 18 meses, o governo retomou os investimentos e conseguiu concluir o projeto. “No Brasil, muitas vezes, o governo entra e o governo sai e você não vê trabalho feito”, disse Lula, destacando a importância do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o desenvolvimento do país e coordenação das prioridades governamentais .

“Tenho muito orgulho de estar aqui inaugurando um projeto que iniciamos em 2008. Em apenas 18 meses conseguimos concluir 40% de tudo o que foi feito neste projeto, porque adotei o lema da reconstrução e da unidade no meu governo” , acrescentou o presidente, falando também das milhares de obras que foram paralisadas e retomadas no seu atual governo.

Lula afirmou que, como faz em todos os estados que visita, convidou o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, para participar do evento. Aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mello não compareceu, mas enviou a vice-governadora Marilisa Boehm.

“Não conheço esse governador aqui, então não posso falar mal dele, mas ele perdeu a oportunidade de participar da inauguração do projeto mais importante do estado de Santa Catarina, não consigo entender. O vice-governador vê, se ele viesse para cá ele seria tratado com respeito, ele faria o discurso que ele queria fazer, ninguém controlaria o que ele falasse, e o prefeito fez a mesma coisa. Infelizmente tem gente que pensa pequeno, tem gente que age pequeno e não vê as necessidades do povo brasileiro”, disse.

O Contorno Rodoviário da Grande Florianópolis foi projetado para melhorar a mobilidade, com 50 quilômetros de pistas duplas, seis pontos de acesso de trevo, sete pontes e quatro túneis duplos. O contorno terá velocidade operacional de 100 quilômetros por hora e foi construído sem declives ou declives acentuados, sendo mais plano e possuindo apenas curvas suaves, evitando a necessidade de reduções de velocidade e garantindo a característica de corredor expresso.

Cerca de 18 mil caminhoneiros deverão passar pela rodovia por dia e deixarão de trafegar na BR-101, entre os municípios de Biguaçu e Palhoça, na região metropolitana, reduzindo o percurso para 40 minutos e economizando 50% de tempo durante os horários de pico. Mais de 1,1 milhão de pessoas que moram ou trabalham nas proximidades também serão impactadas pela obra.

Impactos

Segundo o governo, também havia preocupação com os impactos ambientais do projeto. Durante a construção, foram implementados 13 programas ambientais para proteger os ecossistemas da região. Entre as ações, por exemplo, estão o salvamento da fauna, a preservação da cultura indígena, o resgate da flora e o plantio compensatório.

Foram plantadas mais de 14 mil mudas para garantir a conservação da biodiversidade local, com diferentes espécies nativas. Também foram retirados cerca de 56 mil exemplares de espécies exóticas, contribuindo para a regeneração da restinga.

Durante as obras, mais de uma dezena de sítios arqueológicos foram identificados e 7.990 artefatos foram resgatados e preservados em instituições de custódia. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acompanhou os trabalhos arqueológicos.

Na região metropolitana também existem dez comunidades indígenas Guarani, próximas às obras de contorno. Com efeito, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projecto considerou a situação social e histórica das comunidades, desenvolvendo medidas de redução de impacto que, segundo o governo, foram realizadas de forma participativa.