Tabata Amaral (PSB), candidata a prefeito de São Paulo, questionou, durante o debate desta quinta, o atual prefeito da cidade e seu adversário na eleição Ricardo Nunes (MDB) se ele teria agredido a esposa, Regina Carnovale Nunes.
Segundo a Secretaria de Segurança de São Paulo, a mulher prestou queixa em 2011 na Delegacia da Mulher devido a ameaças feitas pelo marido.
Durante o debate na Band, Regina Nunes se emocionou quando Tabata Amaral perguntou se o prefeito havia agredido sua esposa.
“Deixa minha família em paz! Mulher atacando mulher”, reagiu Regina ao ser questionada. Ela se levantou e teve que ser contida duas vezes pelos assessores, e a equipe de produção pediu silêncio ao público. Nunes, por sua vez, pediu “respeito” e disse que “vale tudo numa campanha não pode ser permitido”.
A denúncia foi revelada pela Folha de S. Paulo e confirmada pela Globo. Em entrevista durante a entrevista de sábado do jornal paulista ao portal Uol, o prefeito foi questionado e respondeu que a denúncia era “forjada” por não apresentar a assinatura de Regina.
— Regina já disse que não foi ela [o boletim de ocorrência]. Ela contratou um advogado, eu até separei o material para te entregar. O advogado entrou com a petição dizendo que queria que o boletim de ocorrência fosse assinado. A delegacia respondeu que não há boletim de ocorrência desse tipo. [assinado] – ele disse.
Em nota, a Secretaria de Segurança confirmou que o caso em questão foi registrado pela 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, em fevereiro de 2011. “Na ocasião, a vítima compareceu à unidade especializada para relatar os fatos e a ocorrência foi encaminhada à Delegacia de Embu Guaçu, responsável pela área dos fatos”, diz o comunicado.
Na altura, o atual autarca foi acusado de violência doméstica, ameaças e insultos por parte da mulher, Regina Carnovale Nunes, com quem ainda é casado.
Ao fazer a denúncia, Regina teria dito à polícia que vivia há 12 anos em união estável com o então vereador e que eles haviam se separado sete meses antes do registro “por ciúmes excessivos” de Ricardo Nunes. Em depoimento, ela disse que Nunes fazia ligações e mandava mensagens ameaçadoras para ela e a insultava com palavrões em sua casa.
Em 2015, Regina também fez acusações públicas contra Nunes nas redes sociais. Em um dos trechos dessas postagens publicadas pela “Folha” ela diz:
“Acabei de receber um mandado de prisão do vereador Ricardo Nunes, tudo porque fui cobrar a pensão da minha filha, que eu tinha com ele, que é direito dela (…) um criminoso que não ajuda a própria filha apoiando tudo isso é partido e fingir ser um homem bom, esse é o político que está no poder, nem a própria filha ajuda”.
A ficha policial relacionada à denúncia de violência doméstica foi revelada pela Folha durante a campanha de 2020, quando Nunes disputava a eleição para vice-presidente de Bruno Covas (PSDB). O boletim de ocorrência ainda está no sistema da Polícia Civil e sua existência já foi admitida por Regina Nunes.
No entanto, a Secretaria de Segurança afirma que o caso não avançou com a abertura de inquérito policial porque “havia necessidade de representação contra o autor do crime, o que a vítima não fez”.
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