STF tem maioria de votos para condenar “Fátima Tubarão”

O Supremo Tribunal Federal (STF) alcançou maioria de votos para condenar Maria de Fátima Mendonça Jacinto, conhecida como “Fátima de Tubarão”, pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023. O placar foi alcançado nesta quinta-feira (08).

O caso será analisado no plenário virtual da Corte e os ministros poderão votar até sexta-feira. A maioria dos ministros acompanhou o voto do relator, Alexandre de Moraes, que condenou Fátima pelos cinco crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR): abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, crime armado associação, danos qualificados e deterioração do património tombado.

A PF destacou que, no dia 8, Fátima gravou um vídeo afirmando que era necessário afastar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin do poder. Ela também defendeu uma “limpeza geral”, afirmando que era preciso “retirar tudo”.

É para limpar, é para não sair nem do Alckmin nem do Lula. Ninguém. Vamos pedir para limpar o Congresso. Caso contrário, você não pode querer remover apenas Lula. Se tirar Lula, Alckmin será ainda mais criminoso. São os Três Poderes, derrubando tudo… Só Lula, vamos tirar tudo. É tudo, tudo, limpeza geral. É uma limpeza geral, é só uma faxina”, afirma a transcrição apresentada pela PF.

Também foram apresentadas mensagens trocadas por Fátima, inclusive após os atos golpistas. No dia 20 de janeiro, ela afirmou em áudio que estava no “pelotão da frente lá no Três Poderes, na casa do Xandão”, em referência a Moraes.

Também foi citada uma matéria do portal G1, com outro vídeo filmado por ela no dia 8. Na gravação, ela diz que estava “quebrando tudo”, que era uma “guerra” e que ia “pegar o Xandão agora”. Nesta gravação ela é apresentada como “Fátima de Tubarão”, em referência à sua cidade de origem em Santa Catarina.

Em seu depoimento, Fátima afirmou que o objetivo de ir a Brasília era apenas conversar com Moraes e pedir o código-fonte das urnas eletrônicas (que, aliás, já era público). Ela disse, porém, que quando chegou à Praça dos Três Poderes as depredações já haviam ocorrido e ela não quebrou nada.