Renan Calheiros pauta chanceler como recado ao Palácio

Ao discutir os três pedidos da oposição para que a dupla Mauro Vieira-Celso Amorim, do Itamaraty, seja ouvida pelos senadores, a respeito da crise pós-eleitoral na Venezuela, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) quis enviar outro recado ao Palácio do Planalto sobre a aproximação do Governo com seu adversário local em Alagoas, Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados.

Não é de hoje que Renan dá sinais. Presidente da Comissão de Relações Exteriores, Calheiros define a agenda de nomeações dos embaixadores, mas apressou-se em convocar uma reunião para hoje, em pleno “recesso branco”, devido às eleições autárquicas.

PSD na ordem do dia

Um dos maiores expoentes nacionais do PSD hoje, o governador do Paraná, Ratinho Jr, desembarcou ontem em Brasília para um encontro com Gilberto Kassab, presidente do partido, em um hotel cinco estrelas da capital. Parte da liderança do PSD à mesa. No partido, as eleições nas capitais e o futuro dos ministérios nas mãos do partido.

Conta ‘limpa’

Encurralado por ações judiciais por dizer que daria R$ 1 milhão a quem descobrisse ações judiciais contra ele, o candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), tem apenas R$ 20 em sua conta corrente no Itaú. Uma forma de escapar dos bloqueios judiciais.

Mas você tem dinheiro de sobra se perder ações. Na declaração de bens ao TSE, ele diz que tem R$ 13,1 milhões aplicados no Banco Safra e R$ 49,4 milhões em fundos de renda no Itaú.

Meia casa

Um item da declaração de bens do candidato a prefeito Guilherme Boulos (PT), de São Paulo, virou piada entre os parlamentares em Brasília. Ele afirma ter direito de 50% sobre uma casa em Campo Lindo, no valor de R$ 171.758.

“É por isso que ele gosta de ocupar a casa dos outros”, brinca uma raposa, aludindo aos atos que tornaram famoso o deputado, líder do movimento dos moradores de rua da capital.

Armaram para Geraldo

Diplomatas experientes acreditam que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) foi vítima de “fogo amigo” no Irã, pois foi ostensivamente filmado e fotografado ao lado dos principais terroristas islâmicos patrocinados por Teerã.

Os diplomatas tiveram acesso à lista de convidados e à sua disposição nos locais do evento, com bastante antecedência, e nada fizeram. Isto evita, por exemplo, que líderes hostis sejam colocados lado a lado.

Dedo na tomada

A tentativa do grupo privado de acionistas da Eletrobras de empurrar a Eletronuclear de volta ao Governo perdeu força. O negócio, se concretizado, representaria um impacto de R$ 30 bilhões para a União.

Essa conta, que já foi levada ao presidente Lula da Silva, conteria as dívidas e obrigações de investimentos na construção de Angra 3. A proposta havia sido abraçada pelo ministro Alexandre Silveira, mas o Tesouro parou.