O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou mais uma vez o bilionário Elon Musk e disse que preferir “colonizar Marte” a cuidar da Terra não substitui a ação e orientação do Estado. Na sua opinião, a defesa da colonização de outro planeta faz parte do “sonho de um bilionário”.
“Para que os benefícios do desenvolvimento espacial sejam partilhados por todos, é essencial que sejam promovidos no âmbito de quadros de políticas públicas sólidos. Os devaneios dos bilionários que preferem colonizar Marte em vez de cuidar da Terra não substituem a ação e a orientação de do Estado”, disse o petista, no lançamento da pedra fundamental do Centro Espacial de Santiago, no Chile, nesta terça-feira, 6.
O presidente chileno, Gabriel Boric, também participou da cerimônia.
Por mais de duas décadas, Musk concentrou a SpaceX, sua empresa de foguetes, no objetivo de chegar a Marte. No ano passado, ele também intensificou o trabalho sobre o que acontecerá se ele chegar lá.
Segundo Lula, o setor espacial está hoje “mais estratégico do que nunca” para o desenvolvimento de uma nação. “Hoje não há actividade que não requeira infra-estruturas espaciais”, acrescentou, citando a importância de combater as alterações climáticas.
Ao elogiar a importância do setor, o chefe do Executivo brasileiro fez questão de destacar que a área espacial é também um dos segmentos em que a desigualdade entre os países é “mais marcante”. “Os controles de exportação de componentes e insumos tecnológicos, as restrições de acesso e as limitações financeiras impactam o Sul Global”, afirmou.
Para Lula, uma prática recorrente no chamado mundo desenvolvido é “correr até o topo” e depois “empurrar a escada para baixo”. Diante disso, ela destacou a importância da unidade entre os países que compõem o Sul Global.
“A cooperação entre os países do Sul tem o potencial de reverter as desvantagens em conjunto, poderemos multiplicar a nossa capacidade de construir a nossa própria escada”, comentou
Ao final do discurso, o petista também criticou a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, “nos últimos anos, o setor espacial brasileiro tem sofrido com a negligência do governo”.
“Agora, retomamos os investimentos por meio de encomendas tecnológicas no valor de R$ 300 milhões. Vamos fortalecer a indústria espacial e gerar os empregos e a renda necessária.”
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