A população de cada um dos biomas brasileiros está engajada na construção de uma política pública para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e adaptar as cidades e os ambientes naturais às mudanças climáticas.
Nesta sexta-feira (2), as comunidades da Caatinga participarão da 3ª plenária do Plano Participativo do Clima, em Teresina, no Piauí.
Reuniões com representantes governamentais, especialistas e empresários permitem à sociedade civil levantar demandas, apresentar propostas e esclarecer dúvidas sobre a emergência climática.
Já foram realizadas duas sessões plenárias, a que debateu o Cerrado em Brasília, no dia 30. Ontem (1º), Olinda, em Pernambuco, sediou o trabalho que tratou do bioma costeiro-marinho.
Durante o encontro, a pescadora do município de Jaboatão dos Guararapes, Maria Aparecida Santana, apresentou a proposta de incluir a regularização fundiária e a proteção dos territórios dos povos e comunidades tradicionais que vivem nos biomas presentes no litoral brasileiro.
Ela lembrou que os pescadores artesanais, por exemplo, são responsáveis por 70% dos peixes que chegam à mesa dos brasileiros, mas também são os mais vulneráveis aos desastres climáticos relacionados ao bioma.
“Qualquer desastre que aconteça, as primeiras pessoas afetadas somos nós. Todas as grandes empresas acham que os nossos territórios de pesca são lindos e maravilhosos, mas não os acham bonitos o suficiente para serem protegidos”, destacou.
Também no Cerrado, Aline Souza, do Movimento Nacional dos Catadores de Resíduos Recicláveis, colocou em pauta temas como consumo consciente, economia circular e gestão de resíduos sólidos. “A gestão inadequada de resíduos sólidos é a terceira maior fonte de geração de metano no Brasil”, alerta.
Em Olinda, a ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, destacou a importância do envolvimento de todos na busca de uma solução para o enfrentamento de vetores, como o desmatamento, o uso inadequado da terra e os derivados de petróleo, que levam às mudanças climáticas. .
“Podemos mitigar, podemos adaptar-nos, podemos preparar-nos para enfrentar as alterações climáticas, mas se não reduzirmos as emissões de CO2 o problema só vai aumentar”, reforçou.
A construção da ferramenta é coordenada pela Comissão Interministerial de Mudanças Climáticas (CIM), que conta com a participação de representantes de 22 ministérios, além de membros da Rede Clima e do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.
Segundo Marina Silva, a ideia é que a construção coletiva dessa agenda norteie o país em relação às políticas climáticas até 2035. “O Plano Clima é um esforço institucional dos diversos ministérios, em conjunto com a academia e que deve ser também da sociedade para dar sustentabilidade política”, afirma.
Os debates foram estruturados nos eixos de mitigação, com sete planos sectoriais (agricultura e pecuária; uso do solo e florestas; cidades, incluindo mobilidade urbana; energia; indústria; resíduos e transportes) e adaptação que resultarão em mais 16 planos sectoriais (agricultura e pecuária; cidades + mobilidade;
Segundo o ministro, já foram captados R$ 10 bilhões por meio da emissão de Títulos Verdes para o Plano Climático, com potencial para atingir mais de R$ 30 bilhões.
Consulta pública
Além das plenárias presenciais, a população poderá participar por meio da plataforma digital lançada pelo governo federal em junho.
Segundo a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), naquele primeiro mês, 22.039 usuários se cadastraram na plataforma e apresentaram 439 propostas, com 698 comentários e 11.232 votos.
As interações acontecem por meio da plataforma Brasil Participativo, onde os participantes respondem à pergunta “Como o Brasil pode enfrentar as mudanças climáticas e reduzir seus impactos?” Cada pessoa pode apresentar até três propostas e votar em outras 10 iniciativas de outros participantes. As participações estarão disponíveis até 26 de agosto.
Segundo a Secom, após o lançamento das plenárias presenciais, houve um aumento na participação digital. Só nos dias 30 e 31 de julho foram recebidas 72 propostas.
Entrega
A finalização do Plano Climático deverá ser realizada em maio de 2025, durante a 5ª Conferência Nacional de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, em Brasília. A ferramenta integrará a Política Nacional sobre Mudanças Climáticas, a ser apresentada na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, na cidade de Belém, no Pará.
O documento final prevê atualizações nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC), compromisso multilateral assumido pelo Brasil para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Atualmente, a meta é uma redução de 48% até 2025 e de 53% até 2030, em relação às emissões de 2005.
Veja também
Eleições Municipais
Com aval de Bolsonaro, PL anuncia Leninha Dias como pré-candidata à vice-presidência de Gilson Machado no Recife
ELEIÇÕES 2024
Bolsonaro condena alianças de PL e PT nas eleições e pede dissolução de coligações
emprestimos pessoal em curitiba
quem tem bpc pode fazer empréstimo
bancos inss
antecipar decimo terceiro itau
cartao itau inss
emprestimo pessoal 5 mil
empréstimo consignado melhores taxas