A ministra da Mulher, Cida Gonçalves, afirmou nesta sexta-feira, 2, que nem mesmo o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pode fazer piadas sobre violência de gênero.
Durante café com jornalistas na sede do ministério, Cida afirmou que conversará com o presidente sobre o tema quando o encontrar.
A afirmação do ministro foi feita após ser questionado sobre a recente fala de Lula durante reunião com empresários. Na época, o presidente condenou os altos índices de violência contra a mulher no país e citou pesquisas que mostram maior ocorrência de casos após jogos de futebol.
Lula afirmou que a situação era “inacreditável” e depois zombou da má fase do Corinthians: “Se o cara é corintiano, tudo bem”. O discurso levantou inúmeras críticas ao presidente.
“Quando o assunto incomoda muito, ele resolve fazer uma piadinha, porque acha que com aquela brincadeira ele melhora as coisas, diminui o impacto da notícia que você está dando. o Presidente da República pode fazer piadas para aceitar piadas de qualquer coisa ou de qualquer pessoa”, afirmou o ministro.
Cida Gonçalves defendeu que as mulheres não devem tolerar qualquer tipo de piada relacionada ao gênero, aparência física ou qualquer outro assunto.
“Vou contar a ele. Acho que Janja já disse isso, muitas outras mulheres já devem ter dito. É por isso que precisamos fazer uma mudança no comportamento e na forma como trabalhamos e pensamos. Nós temos, como mulheres , para começar a não aceitar piadinhas”, disse.
O ministro afirmou que mudar esse comportamento é importante para prevenir o feminicídio. “Se você não pode falar, não fale. Mas não faça piadas. Não brinque com o que é a vida das pessoas. Acho que é um processo que teremos que reconstruir em nosso país. Reconstruir com nossos homens, nossos líderes e eu, como Ministro da Mulher, com meu Presidente da República.”
Feminicídio zero
Na manhã desta sexta-feira, o ministro conversou por mais de duas horas com jornalistas sobre temas relacionados ao departamento. Na ocasião, Cida anunciou que a secretaria lançará neste mês a campanha “Feminicídio Zero”, para tentar conscientizar a população sobre o tema.
Dados do Atlas da Violência, divulgado em junho, mostraram que, em 2022, o Brasil registrou 3.806 feminicídios. Ainda segundo o estudo, o Brasil teve 221,2 mil casos de violência contra a mulher no mesmo ano. As agressões geralmente ocorrem em casa e em contexto intrafamiliar. Os homens são os principais autores.
A campanha prevê parcerias com times de futebol como Corinthians e Flamengo no tema, líderes religiosos e empresas. A ministra afirmou que se reuniu recentemente com um grupo de mulheres evangélicas para levar o assunto aos templos.
“Precisamos criar uma mobilização nacional contra a violência”, disse Cida. “Precisamos que as pessoas fiquem indignadas contra o processo e tenham a coragem de denunciá-lo”.
O mês de agosto é conhecido como “Agosto Lilás” quando há trabalhos de combate à violência contra a mulher. A ideia do ministro é que a mobilização “Feminicídio Zero” seja uma campanha permanente, com peças publicitárias e também ações mais estruturadas, como cursos e outras, que envolvam também homens.
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