O Departamento de Estado dos EUA afirmou nesta quinta-feira (1º de agosto de 2024) que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, à esquerda), perdeu as eleições de domingo (28 de julho). Segundo a entidade, os boletins divulgados pela oposição mostram a vitória de Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita).
“Dadas as evidências esmagadoras, é claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela”, diz a declaração do Secretário de Estado dos Estados Unidos. Estados. Unidos, Anthony Blinken.
No domingo (28/07), o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão sob o comando chavista, anunciou que Maduro obteve 51,2% dos votos, contra 44,2% de González.
A oposição contesta os números, reivindicando uma vitória com mais de 67% dos votos, enquanto Maduro teria recebido 30%.
A falta de clareza na contagem dos votos tem sido criticada tanto pela oposição como pelos observadores internacionais, que exigem transparência no processo eleitoral do país.
Leia a nota completa do Departamento de Defesa dos EUA em português:
“Os Estados Unidos felicitam o povo venezuelano pela sua participação nas eleições presidenciais de 28 de julho, apesar dos desafios significativos. Pelo menos 12 milhões de venezuelanos foram às urnas pacificamente e exerceram um dos direitos mais poderosos concedidos às pessoas em qualquer democracia: o direito de votar. Infelizmente, o processamento destas votações e o anúncio dos resultados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado por Maduro, foram profundamente falhos, resultando num resultado anunciado que não representa a vontade do povo venezuelano.
“A rápida declaração da CNE de Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais foi feita sem provas. A CNE ainda não publicou dados desagregados nem nenhuma das actas de contagem, apesar dos repetidos pedidos dos venezuelanos e da comunidade internacional para o fazer. Tal como relatado pela missão de observação independente do Centro Carter, o facto de a CNE não ter fornecido os resultados oficiais por assembleia de voto, bem como as irregularidades ao longo do processo, privaram o resultado anunciado pela CNE de qualquer credibilidade.
“Entretanto, a oposição democrática publicou mais de 80% das atas recebidas diretamente das assembleias de voto em toda a Venezuela. Esta ata indica que Edmundo González Urrutia recebeu o maior número de votos nesta eleição por uma margem intransponível. Observadores independentes corroboraram estes factos, e este resultado foi também apoiado por sondagens à boca das urnas e contagens rápidas do dia das eleições. Nos dias que se seguiram às eleições, consultámos amplamente parceiros e aliados em todo o mundo e, embora os países tenham adoptado abordagens diferentes nas suas respostas, nenhum concluiu que Nicolás Maduro recebeu o maior número de votos nestas eleições.
“Dadas as evidências esmagadoras, é claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano que Edmundo González Urrutia recebeu o maior número de votos nas eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela.
“Além disso, os Estados Unidos rejeitam as alegações infundadas de Maduro contra os líderes da oposição. As ameaças de Maduro e dos seus representantes de prender líderes da oposição, incluindo Edmundo González e María Corina Machado, são uma tentativa antidemocrática de reprimir a participação política e manter o poder. A segurança dos líderes e membros da oposição democrática deve ser protegida. Todos os venezuelanos detidos enquanto exercem pacificamente o seu direito de participar no processo eleitoral ou exigem transparência na contagem e anúncio dos resultados devem ser libertados imediatamente. As forças de segurança e policiais não devem tornar-se um instrumento de violência política contra os cidadãos que exercem os seus direitos democráticos.
“Parabéns a Edmundo González Urrutia pelo sucesso de sua campanha. Agora é a hora de os partidos venezuelanos iniciarem discussões sobre uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral venezuelana e os desejos do povo venezuelano. Apoiamos totalmente o processo de restabelecimento das normas democráticas na Venezuela e estamos prontos para considerar formas de fortalecê-lo juntamente com os nossos parceiros internacionais.”
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