Boulos apresenta 119 propostas para São Paulo em programa de governo Por Estadão Conteúdo

Candidato a prefeito de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) apresentou nesta quinta-feira, 1º, seu programa de governo com 119 propostas para a cidade, distribuídas em 27 eixos, como saúde, educação, segurança, juventude, entre outros. O evento aconteceu na Barra Funda, zona oeste da capital.

A presença de Marta Suplicy (PT) no evento foi anunciada pela assessoria de imprensa nos dias que antecederam o evento, mas ela não compareceu. Boulos afirmou que o deputado não era esperado no local, pois seus horários são complementares.

“Queremos vencer esta eleição para mudar a história desta cidade. E para que este programa que vamos apresentar agora se cumpra, não basta elegermos um prefeito. Câmara Municipal da nossa cidade”, disse Boulos na abertura do evento, elogiando os candidatos ao Legislativo municipal presentes.

Com 40 páginas, o plano do governo foi protocolado na Justiça Eleitoral nesta quinta-feira. “Este programa de governo aponta um caminho para transformar a nossa cidade, hoje radiocêntrica, em uma cidade com múltiplos centros, distribuindo serviços públicos e oferecendo oportunidades nos 96 bairros”, diz o texto.

O documento traz cinco propostas para a área de segurança urbana, como a presença de viaturas da guarda municipal na porta de cada escola municipal durante a entrada e saída de alunos. Nos transportes, Boulos promete que, caso seja eleito, pretende ampliar a tarifa zero nos ônibus.

Ele também criticou o prefeito Ricardo Nunes (MDB), afirmando que foi sua vice nas eleições de 2020, Luiza Erundina (PSOL), quem primeiro propôs a medida. “Não basta garantir tarifa zero, é preciso haver ônibus nas ruas”, afirmou.

No evento, o candidato do PSOL destacou a necessidade de descentralização dos serviços públicos. Para isso, propõe a criação de centros de apoio a idosos, trabalhadores de aplicativos e mulheres. “A prioridade do nosso plano de governo é abordar as desigualdades na nossa cidade”, disse ele.

Em meados de julho, Boulos já havia antecipado algumas propostas para a cidade. Na ocasião, ele prometeu que, se eleito, dobrará o número de integrantes da Guarda Civil Metropolitana (GCM), atualmente com 7 mil agentes. Ele disse ainda que pretende implementar câmeras corporais na guarda e identificar patrulhas em bairros e escolas.

Como previsto por Estadão, outra proposta do psolista é um programa de subsídio de aluguel. Sob o título “Primeiro Escritório”, o programa faz parte das propostas para o centro da cidade. A economista Camila de Caso, coordenadora do programa de governo, diz que a iniciativa se baseia na “dinamização econômica, na geração de renda e no choque da zeladoria”.

“Existem prédios no centro de São Paulo que, pela arquitetura interna, não faria sentido transformar em moradia”, afirma. “Vamos aproveitar o retrofit para transformar em escritórios e destinar 30% do total de prédios selecionados para que pessoas recém-formadas, ou com até 2 anos de conclusão do curso, possam ter seus primeiros escritórios”.

Segurança Pública

Embora seja responsabilidade constitucional do governo do Estado, a questão da segurança pública ganhou relevância entre os candidatos ao Executivo municipal neste ano. Pesquisas de opinião indicam que o tema é a principal preocupação dos eleitores paulistas, seguido pela saúde, educação e transporte público.

Diante disso, os candidatos têm dedicado atenção especial ao tema. O prefeito Ricardo Nunes (MDB), que disputará a reeleição, escolheu um coronel da Polícia Militar como seu vice. Os candidatos José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo) têm retórica voltada para a área de segurança pública.

Na última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 5 de julho, Boulos aparece com 23% das intenções de voto, empatado tecnicamente em primeiro lugar com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tem 24%. O apresentador José Luiz Datena tem 11%; o empresário Pablo Marçal, 10%; e a deputada Tabata Amaral, 7%.