O líder do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto nesta terça-feira, 30, por um ataque aéreo em Teerã, capital do Irã. Poucas horas antes do ataque, Haniyeh assistiu à posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. No evento, o líder terrorista estava a poucos metros do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), enviado para representar o governo brasileiro na cerimônia.
Uma imagem divulgada pela Press TV, emissora estatal do regime iraniano, mostra Alckmin sentado a poucos assentos de Haniyeh. Mesmo sendo próximos, os dois não conversaram durante o encontro. Entre o vice-presidente do Brasil e o líder do Hamas estão outros nomes conhecidos de grupos radicais islâmicos e terroristas: o porta-voz Houthi, Mohammed Abdulsalam, o líder da Jihad Islâmica, Ziyad Al-Nakhalah, e o vice-líder do Hezbollah, general Naim Assem.
A pessoa que aparece logo à direita de Alckmin é Mohammed Abdulsalam, porta-voz dos Houthi. Liderados por Abdul-Malik al-Houthi, eles constituem um grupo de rebeldes xiitas apoiados pelo Irã. Eles construíram a sua ideologia em torno da oposição a Israel e aos Estados Unidos, vendo-se como parte do “eixo de resistência” liderado pelo Irão, juntamente com o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza e o Hezbollah no Líbano.
Os seus líderes traçam frequentemente paralelos entre as bombas fabricadas nos EUA e utilizadas para atacar as suas forças no Iémen e as armas enviadas a Israel e utilizadas em Gaza. O que antes era um grupo mal organizado de rebeldes, os Houthis reforçaram o seu arsenal nos últimos anos, incluindo mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos, bem como drones de longo alcance.
Os Houthis estão entre vários grupos apoiados pelo Irão que atacaram Israel em solidariedade com o Hamas desde que o ataque do grupo terrorista em 7 de Outubro desencadeou a ofensiva israelita em curso em Gaza.
Exatamente no centro, entre Alckmin e Haniyeh, na terceira cadeira da foto, está o líder da Jihad Islâmica, Ziyad Al-Nakhalah. A Jihad Islâmica foi fundada na década de 1980 na Faixa de Gaza para combater a ocupação israelense e mantém presença em Gaza e na Cisjordânia. O grupo terrorista palestino é o segundo maior em Gaza, muitas vezes eclipsado pelo Hamas.
O Hamas e a Jihad Islâmica estão frequentemente alinhados contra Israel. São os membros mais importantes daqueles que coordenam a maior parte da actividade militar dos vários grupos armados em Gaza. A Jihad actua frequentemente de forma independente de outros grupos terroristas e centra-se principalmente em confrontos militares.
O Irão também ajuda o grupo com apoio financeiro e armas, enviando foguetes e armas antitanque. Tal como o Hamas, Israel e os Estados Unidos consideram a Jihad uma organização terrorista.
Na quarta cadeira, do lado esquerdo do líder do Hamas, está o vice-líder do Hezbollah, general Naim Assem. O Hezbollah, que significa “Partido de Deus”, é um grupo radical xiita híbrido, isto é, político, social e militar, com sede no Líbano. O grupo surgiu em 1982, quando Israel avançou para o sul do Líbano para aniquilar a Organização para a Libertação da Palestina, cujos líderes usaram o país como base. Israel rapidamente se viu confrontado com um novo movimento fundado para reunir a vontade popular contra a ocupação israelita.
Esta semana, um ataque atribuído por Israel ao Hezbollah matou 12 crianças e adolescentes que jogavam futebol na cidade de Majdal Shams. O grupo nega a autoria. Em resposta, Israel bombardeou posições no Líbano e disse ter matado Fuad Shukr, o comandante máximo do grupo e citado como responsável pelo ataque às Colinas de Golã.
Além do seu braço armado, o Hezbollah é a força política mais poderosa dentro do Líbano, tendo poder de veto nas decisões do governo e decidindo questões importantes relacionadas com a entrada ou não do Líbano em conflitos armados. O grupo, tal como os outros, é apoiado financeira e militarmente pelo Irão e também é visto como uma organização terrorista pelos Estados Unidos e Israel.
Empossado esta terça-feira, Pezeshkian substitui o ex-presidente iraniano Ebrahim Raisi. O ex-chefe do Executivo do país era considerado um “linha dura” e morreu num acidente de helicóptero em maio. O líder do Hamas, Haniyeh, esteve presente na cerimônia de inauguração devido à proximidade do regime iraniano com o Hamas. O Irã é um dos principais fiadores do grupo terrorista.
Geraldo Alckmin foi escolhido por Lula para a posse do novo presidente iraniano depois que a primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, foi escolhida para representar o país nos Jogos Olímpicos de Paris. Foi a primeira vez que a esposa substituiu o presidente brasileiro na abertura da competição.
O Hamas e a mídia estatal iraniana culparam Israel pela morte de Haniyeh, o líder político do grupo terrorista que foi fundamental para suas negociações e diplomacia de alto risco. As Forças Armadas israelenses não comentaram o assassinato.
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