minha obrigação é fazer isso acontecer no Brasil Por Estadão Conteúdo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ter “obrigação” de colocar em prática um plano de ação voltado para a inteligência artificial no Brasil e defendeu a criação de uma estrutura de compilação e disponibilização de dados à população.

As declarações ocorreram durante a apresentação do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, na Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, em Brasília, nesta terça-feira, 30.

“Tenho mais dois anos de mandato e posso dizer uma coisa: serei incansável para que possamos executar as coisas que estamos fazendo”, afirmou.

Lula continuou: “O governo possivelmente tem o banco de dados mais importante que esse país já teve, nós temos. Agora, o banco de dados do governo é pessoal, temos o SUS, o CadÚnico, a Previdência, o Ministério do Trabalho, a Receita. a base de dados brasileira?

Em seguida, o presidente indicou que as ações de inteligência artificial deveriam começar pela combinação de dados de instituições governamentais.

“Nossa inteligência artificial começa aí: criamos uma estrutura para que todos os dados deste país sejam compilados e estejam disponíveis para a sociedade brasileira. Não precisa ser secreto”, afirmou.

Lula também disse aos cientistas que poderá ser responsabilizado por promessas relacionadas ao tema.

“Prepare-se para me cobrar, porque estou preparado para cobrar de você”, disse o presidente. “Minha obrigação é fazer isso acontecer no Brasil”.

A proposta do plano, de autoria do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e intitulada “IA para o Bem de Todos”, prevê R$ 23,03 bilhões em investimentos nos anos vigentes, entre 2024 e 2028. A maior parte desses recursos, R$ 12,72 bilhões , é proveniente de créditos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FDNCT) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Outros R$ 5,57 bilhões correspondem ao recurso não reembolsável do FNDCT; R$ 2,90 bilhões, à Lei Orçamentária Anual (LOA), sem FNDCT a fundo perdido; R$ 1,06 bilhão, ao setor privado, com investimentos e contrapartidas; R$ 430 milhões, para empresas estatais; e R$ 360 milhões de outras fontes.

Os valores projetados são totais e ainda dependeriam de confirmação no orçamento e na programação financeira de cada ano. A maior parte dos fundos seria alocada para ações de Inovação Empresarial. O projeto ainda está em análise pelo Ministério da Casa Civil.

Também estiveram presentes no evento os ministros Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Nísia Trindade (Saúde), Camilo Santana (Educação), Marcos Amaro (Gabinete de Segurança Institucional), Laércio Portela (Secretaria de Comunicação), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência ), além do secretário-executivo do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Fernando Elias Rosa, do secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Gustavo Guimarães, e da presidente da Petrobras (BVMF), Magda Chambriard.