Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que a estatal Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba) superfaturau o preço do asfalto utilizado em obras em dez estados do país. A CGU calculou em R$ 7,3 milhões perdas por “descumprimento de parâmetros regulatórios”, como espessura e aderência dos pavimentos.
“Ficou demonstrada a baixa capacidade da Codevasf em acompanhar adequadamente as obras de pavimentação analisadas, especialmente no que diz respeito aos requisitos de qualidade”, afirma a CGU no relatório, concluído em maio e publicado nesta sexta-feira, 26.
Procurado por Estadão, a Codevasf afirma que “notas e recomendações” de órgãos de controle, como a CGU, são observadas pela empresa. “Obras que apresentem imperfeições ou não conformidades estão sujeitas a notificação às empresas responsáveis, para correção”, diz a estatal.
A auditoria foi realizada em parceria com empresa especializada em análise de qualidade de asfalto. A CGU comparou o resultado da fiscalização com os termos dos contratos firmados pela Codevasf para execução de obras de pavimentação em 12 estados do país. Por meio dessa comparação, constatou-se que, em dez obras, a qualidade do material ficou abaixo das especificações dos contratos. Os estados onde foram encontradas obras com algum tipo de irregularidade são: Amapá, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Sergipe, Tocantins, Piauí e Pernambuco.
Segundo o relatório da CGU, o desperdício de recursos públicos não ocorre apenas pelo superfaturamento do material contratado, mas também pela menor vida útil do pavimento e maiores custos de manutenção das estradas. “Além do prejuízo decorrente do superfaturamento, o prejuízo causado à administração pública é muito maior, tendo em vista que a baixa qualidade dos pavimentos executados acarretará em maiores custos de manutenção, além da perda antecipada dessas obras, comprometendo a eficácia das entregas estaduais”, diz o relatório.
‘Estatal do Centrão’ e pivô do inquérito ao ministro de LulaA Codevasf levantou volumosos recursos por meio do orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Por isso, a empresa ficou conhecida como “Centrão estatal”.
Além disso, o órgão também é pivô da investigação que levou ao indiciamento pela Polícia Federal (PF) do ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
A investigação da PF é baseada em reportagens do Estadão. Em janeiro de 2023, foi revelado que o ministro, quando deputado, destinou recursos do orçamento secreto para pavimentar uma estrada que passava pela fazenda de sua família. Outra reportagem mostrou que um gestor da Codevasf, mesmo afastado do cargo por acusações de recebimento de propina, continuou recebendo salário da estatal, no valor de mais de R$ 20 mil, em valores brutos.
O funcionário demitido foi Julimar Alves da Silva Filho, chefe da Gerência de Desenvolvimento Regional da Codevasf no Maranhão. Uma das atribuições de Julimar no serviço público era emitir pareceres para execução de obras. Ele estava sendo acusado de receber R$ 250 mil de Eduardo Costa, conhecido de longa data de Juscelino Filho, por emitir parecer fraudulento. A PF acusou o ministro dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Juscelino Filho nega as acusações e diz que o indiciamento é uma “ação política e previsível”.
Leia o posicionamento completo da Codevasf1. A Codevasf trabalha em permanente cooperação com órgãos de fiscalização e controle. As notas e recomendações desses órgãos são observadas pela Companhia para fins de controle e melhoria contínua dos procedimentos.
2. As obras que apresentem imperfeições ou não conformidades estão sujeitas a notificação às empresas responsáveis, para correção. Todas as obras contratadas pela Codevasf deverão atender aos requisitos de qualidade estabelecidos em contrato.
3. Eventuais discrepâncias entre as facturas apresentadas pelas empresas contratadas e os serviços efectivamente executados são também objecto de notificação a essas empresas, para efeitos de reembolso de facturas indevidas.
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