Os resultados das eleições na Venezuela foram divulgados na madrugada desta segunda-feira (19) pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral). Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato. Com 80% dos votos apurados, o presidente obteve 51,2% dos votos contra 44,2% de Edmundo González Urrutia, o candidato da oposição.
A diferença entre os candidatos foi considerada “irreversível” pelo CNE dados os 20% dos votos ainda pendentes de contagem.
No seu discurso após a vitória, Maduro respondeu ao presidente argentino, Javier Milei, que classificou a eleição como uma “fraude”.
“Milei, você não me suporta nem por uma rodada, sua criatura covarde. Você é um fascista completo. Lixo, você é a ditadura”, declarou o venezuelano.
Em outro momento, Maduro suavizou o tom e disse que o país terá “paz, estabilidade e justiça”.
Maduro afirmou ainda que sua vitória ocorreu em meio a “sanções, ataques e ameaças” de outros países.
“Eles não conseguiram fazer isso com as sanções, com os ataques, com as ameaças, não conseguiram fazer isso agora e nunca conseguirão tirar a dignidade do povo da Venezuela”, diz Maduro após o órgão eleitoral do país declarou sua reeleição nas eleições deste domingo.pic.twitter.com/jDQPc9gJDa
— Eixo Político (@eixopolitico) 29 de julho de 2024
Oposição contesta resultado e diz que González venceu
Num breve discurso, Edmundo González disse que a “luta continua”.
“Não descansaremos até que a vontade popular seja respeitada”, ressaltou.
A líder da oposição María Corina Machado, impedida de concorrer, afirmou que o grupo tomará medidas contra o resultado, que considera uma fraude devido às pesquisas indicarem vantagem para a oposição.
“Queremos dizer ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González Urrutia. Espero que todos continuem firmes, orgulhosos do que fizemos, pois nos próximos dias anunciaremos ações para defender a verdade.”
Repercussão internacional das eleições na Venezuela
O presidente Lula (PT) ainda não havia comentado o resultado até a última atualização deste texto. O presidente chileno, Gabriel Boric, disse que era “difícil acreditar” na vitória do grupo chavista.
Milei garantiu que a Argentina não reconhecerá a reeleição de Maduro.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu a publicação detalhada dos votos e uma recontagem.
“Agora que a votação terminou, é de vital importância que cada voto seja contado de forma justa e transparente. Apelamos às autoridades eleitorais que publiquem recontagens detalhadas dos votos para garantir transparência e responsabilização”, disse Blinken num comunicado.
Protesto na embaixada após vitória de Maduro
Pouco depois dos resultados das eleições, os venezuelanos reuniram-se em frente à embaixada do país na Argentina para protestar contra a vitória de Maduro.
É assim que ocorre o assédio à embaixada da Venezuela na Argentina.
A oposição fascista convocou-os ainda mais a sério do que o governo de @JMilei endossá-lo. pic.twitter.com/xpjXk0VAjC
-Madelein Garcia (@madeleintlSUR) 29 de julho de 2024
Vídeos partilhados nas redes sociais mostram a devastação e o desespero dos imigrantes com o resultado sob o grito de “fraude”. Os relatos foram confirmados por canais de televisão argentinos.
Venezuelanos protestam em frente à embaixada da Venezuela em Buenos Aires, Argentina, contra a vitória de Nicolás Maduro nas eleições deste domingo.
Usam slogans contra Maduro e acusam o processo eleitoral de ser uma “fraude”. pic.twitter.com/FvEyio02sl
— Eixo Político (@eixopolitico) 29 de julho de 2024
Candidatos eleitorais na Venezuela
Dez candidatos concorreram em sistema único de votação, mas apenas dois se mostraram relevantes nas urnas.
Por um lado, Maduro, de 61 anos, sucessor do falecido líder socialista Hugo Chávez, procurava um novo mandato que o levaria a 18 anos no poder. Sobreviveu a uma crise económica monumental e a protestos da oposição que resultaram em centenas de mortes, no meio de alegações de violações dos direitos humanos.
Por outro lado, González Urrutia, um diplomata de 74 anos, foi nomeado no último minuto pela aliança Plataforma Unitária para representar a ex-deputada liberal María Corina Machado, que está impedida de ocupar cargos públicos e tem sido a força motriz por trás do oposição.
A autoridade eleitoral composta por chavistas
O Conselho Nacional Eleitoral é o órgão responsável pela organização de cada eleição na Venezuela. Sua diretoria é composta por cinco membros, três alinhados ao chavismo e dois à oposição.
Não há dúvidas sobre a orientação política do presidente da CNE, Elvis Amoroso, que esteve à frente da Controladoria e esteve envolvido na desqualificação de María Corina Machado e de outros líderes da oposição. Amoroso foi sancionado pelos Estados Unidos em 2017.
O processo eleitoral é automatizado, com resultados centralizados pela CNE. A oposição classificou a reeleição de Maduro em 2018 como fraudulenta e boicotou o processo.
Na altura, os Estados Unidos, a União Europeia e vários países latino-americanos não reconheciam Maduro como presidente.
*Com informações da AFP
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