O governo federal enviou “mensagens” aos governadores que não compareceram à cerimônia de anúncio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Palácio do Planalto, nesta sexta-feira, 26.
Em discurso no evento, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), alvo direto de críticas. “Tenho orgulho de dizer, presidente, que hoje, aqui, o senhor libera, só em macrodrenagem, para o Estado de Santa Catarina, que não compareceu às cerimônias aqui para receber investimentos, R$ 1 bilhão para macrodrenagem em Santa Catarina”, disse. declarado.
Costa continuou: “Porque o que importa é que os pobres, as pessoas que vivem em locais que inundam, na próxima chuva forte, não percam os seus bens, o seu património, a sua casa, ou eventualmente, o pior às vezes acontece, perdendo a sua própria vida”.
O ministro disse ter convocado a “grande maioria” dos governadores. Segundo ele, alguns disseram que estavam no exterior. Além disso, segundo Costa, o governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha (União Brasil), suspendeu as férias para estar na cerimônia, mas alegou que não conseguiu vôo.
Na ocasião, o petista agradeceu aos oito governadores presentes: da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), do Ceará, Elmano de Freitas (PT), da Paraíba, João Azevêdo (PSB). ), do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), do Piauí, Rafael Fonteles (PT), do Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), e do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil).
Afirmou então que existem valores significativos do PAC para os estados de São Paulo, governado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), Minas Gerais, por Romeu Zema (Novo), e Paraná, por Ratinho Júnior (PSD), além de Santa Catarina.
Segundo a assessoria de imprensa do Planalto, além dos governadores, os vice-governadores de São Paulo, Felicio Ramuth (Tarcísio), do Pará, Hana Ghassan (Helder Barbalho), e do Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa (Eduardo Riedel ), participaram.
A certa altura, Costa mencionou o Rio Grande do Sul, cujo governador, Eduardo Leite (PSDB), também não compareceu.
“Quero dar destaque ao Rio Grande do Sul. Às vezes, vejo polêmicas, ou discursos, ou politização desse acontecimento, e sou obrigado a lembrar da enchente de 2021, no sul da Bahia”, declarou ele, que foi governador da Bahia. o Estado Baiano.
O ministro continuou: “Sou obrigado a lembrar, a comparar o tratamento que a Bahia recebeu naquela época e o tratamento que é dado ao Rio Grande do Sul hoje. Naquele momento, a Bahia recebeu desprezo, descaso e, eu diria, uma certa devassidão, pois a visita do então presidente naquela época era para fazer um passeio de moto”.
Costa destacou então a destinação de R$ 6,5 bilhões ao Rio Grande do Sul, dos quais R$ 2 bilhões serão destinados à readequação de equipamentos como bombas e diques.
“Digo isto porque me entristece muito quando estamos a trabalhar arduamente, das oito da manhã às 23h ou mesmo à meia-noite, ver as pessoas a priorizarem o discurso político, o embate político, em vez de cuidarem das pessoas”, afirmou.
Costa também fez referência implícita a uma declaração de Leite, de 2023, que defendia a revitalização de uma área de Porto Alegre sem muro de contenção de enchentes.
“Vi vídeos de pessoas propondo, na época, a retirada dos diques para cuidar da beleza estética de Porto Alegre, como se isso fosse possível, dadas as condições de infraestrutura”, disse o ministro.
Ao discursar, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, também cumprimentou nominalmente os governadores presentes e reclamou da ausência dos demais.
“Alguns não compareceram, possivelmente pela imagem negativa de um Presidente da República que só viajava para o estado que gostava, para encontrar amigos, e não se importava com quem pensava diferente dele”, afirmou.
Questionado por Estadão/Transmissão Se a distância de alguns governadores do Palácio do Planalto dificulta a elaboração de projetos, Costa disse que é mais fácil trabalhar quando há entrosamento. Mas, segundo ele, a ideia é “deixar o partidarismo e a politização excessivos no passado” nas relações com os Estados.
O ministro afirmou ainda que alguns Estados “nem apresentaram propostas” para o PAC. “A perda não é do governo, não é de mim, não é de vocês, a perda é de quem vive nestes locais e poderia ser ajudado”, disse, em conferência de imprensa.
Na solenidade, o governo anunciou a nova etapa do PAC com investimentos de R$ 41,7 bilhões. Os recursos não virão integralmente do Orçamento da União. Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, foram selecionadas 872 propostas de construção em 707 municípios.
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