Depois de idas e vindas na decisão sobre o candidato da direita a prefeito de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, o PL de Jair Bolsonaro se aliou ao PSDB e confirmou apoio ao pré-candidato tucano, o deputado federal Beto Pereira. A mudança de posicionamento nas eleições, porém, causou frustração entre os aliados do ex-presidente, que pretendiam tê-lo ao seu lado na campanha eleitoral.
A senadora e ex-ministra da Agricultura do governo Bolsonaro, Tereza Cristina (PP-MS), patrocina a reeleição da atual prefeita e apoiadora, Adriane Lopes (PP), e espera estar no mesmo palanque de Bolsonaro. O plano já estava distante desde março, quando o PL lançou o nome do ex-deputado estadual Rafael Tavares como pré-candidato do partido na cidade. Tavares desistiu da disputa um mês depois, e outro nome do PL, Tenente Portela, passou a ser cogitado para a eleição.
Tereza Cristina já havia comentado a negação de apoio do PL a Adriane Lopes, mas afirmou que fazia parte do jogo político e que continuaria tentando manter a proximidade com o ex-presidente para as eleições municipais. A convenção do PP em Campo Grande está marcada para 6 de agosto.
No início do mês, a senadora afirmou que ainda tentaria dialogar com Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL. O encontro foi realizado entre Tereza, Bolsonaro e o ex-ministro-chefe da Casa Civil, o senador e presidente nacional dos Progressistas, Ciro Nogueira (PP-PI).
O encontro foi gravado nas redes sociais pelo ex-ministro. Mesmo sem o PP estabelecer aliança com o PL em Campo Grande, Ciro Nogueira declarou o “total apoio” do partido ao ex-presidente, a quem se refere como “o homem público mais querido do país”.
Procurado por Estadão, a senadora disse que o assunto é uma “página virada” e que não comentará mais o caso. Tereza afirmou que o apoio ao atual prefeito continua “firme como aroeira”, como dizem na sua região.
O deputado Marcos Pollon (PL), líder do movimento Proarmas, também pretendia se candidatar em Campo Grande, mas foi descartado pelo próprio partido e afastado da presidência do PL estadual após o fechamento da aliança com o PSDB pelo festa.
Em vídeo divulgado nas redes sociais após saber da aliança com os tucanos, o deputado disse que “corta o próprio saco, mas não apoia o PSDB”. Por meio de consultoria, Pollon afirmou que até o momento não apoia ninguém para prefeitura.
A aliança do PL com o PSDB na capital é um aceno de Bolsonaro ao governador Eduardo Riedel (PSDB-MS), um dos 13 chefes de executivos estaduais que o apoiaram no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, nas quais foi derrotado .
A insatisfação dos aliados do ex-presidente envolve também o próprio Beto Pereira, acusado por apoiadores de Bolsonaro de criticar Bolsonaro durante a pandemia de covid-19 e de apoiar a então candidata Simone Tebet (MDB) nas eleições presidenciais de 2022. Sites locais afirmam que o deputado chegou a deletar postagens com esse conteúdo ao buscar apoio do PL.
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