Datena fala sobre manter candidatura à prefeitura de SP: “Até eu desconfio”

Pré-candidato a prefeito de São Paulo, José Luiz Datena (PSDB) não descartou desistir da corrida eleitoral na capital paulista, caso o partido não lhe dê apoio suficiente para continuar.

Inicialmente, a candidatura será oficializada em convenção neste sábado, mas o apresentador mencionou a possibilidade e ainda usou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que desistiu de concorrer à reeleição neste fim de semana, para justificar mais um possível abandono. em entrevista à Folha de S. Paulo.

“Até eu suspeito disso. Se continuar essa bobagem de que o partido está conversando com outras pessoas para colocar dentro do partido sem me avisar, eu não serei candidato. Se Biden pode desistir a qualquer momento, por que eu não posso? Desde o início eu falei: se mexerem comigo eu desisto”, afirmou Datena ao ser questionado sobre a desconfiança do eleitorado sobre se ele realmente continuará na disputa.

Apesar de garantir que tem a confiança do executivo nacional, e de citar nomes do presidente do partido, Marconi Perillo, e de caciques como Aécio Neves e José Aníbal, o jornalista afirma ter sido “baleado” de dentro do partido por apoiantes que preferiram apoiar o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB).

“Grande parte do partido fugiu para Ricardo Nunes. Dinheiro e posição. Há poucos dias eles mudaram a federação [PSDB-Cidadania] toda a cidade de São Paulo. Eu descobri mais tarde. Mesmo assim continuaram essas críticas idiotas, que só podem vir das entranhas do partido”, disse em outro trecho.

Datena também criticou o atual prefeito, a quem se refere como “fantoche” do ex-presidente Jair Bolsonaro e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que para ele seria o “fantoche” do presidente Lula. Depois, afirmou mais uma vez que não era possível continuar com a polarização.

Com uma trajetória política marcada por idas e vindas, em flertes com quadros de diferentes ideologias e siglas, Datena ainda não fez campanha até o fim em nenhuma eleição. Anteriormente, ele desistiu duas vezes de concorrer a uma vaga no Senado, e em outras duas se absteve de tentar se eleger prefeito e vice-prefeito em São Paulo —quando tinha melhores números nas pesquisas.