A Inspetoria-Geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) deverá ser ocupada por um delegado da Polícia Federal (PF) a partir de 31 de agosto.
O nome de José Fernando Moraes Chuy foi escolhido para substituir a servidora Lidiane Souza dos Santos, nomeada em agosto de 2022.
Chuy recebeu o aval do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, e também do diretor de Inteligência Policial, Rodrigo Morais Fernandes. Caberá a ele atuar na prevenção e apuração de possíveis irregularidades cometidas por agentes públicos lotados na Abin na esfera administrativa.
Uma das principais funções da área, que já vinha sendo exercida por Santos, é auxiliar na investigação de monitoramentos ilegais realizados por funcionários do ministério durante a gestão do então diretor-geral Alexandre Ramagem, indicado pelo então presidente. Jair Bolsonaro (PL). O esquema ficou conhecido como “Abin paralelo”.
Na época, autoridades da cúpula do Legislativo e do Judiciário, bem como políticos e jornalistas insatisfeitos, eram espionados. O uso do programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de alvos pré-determinados por meio de celulares foi revelado pelo GLOBO, em março do ano passado.
Antes de ser escolhido para a corregedoria geral da Abin, Chuy foi escolhido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para chefiar a Comissão Especial de Assessoramento ao Combate à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para atuar combater as notícias falsas divulgadas contra o processo eleitoral.
A delegada permaneceu no cargo de maio do ano passado até junho de 2024, quando a ministra Cármen Lúcia assumiu a presidência da Corte. Chuy e Moraes também trabalharam juntos quando o magistrado era ministro da Justiça, no governo do ex-presidente Michel Temer.
Em 2018, Chuy lançou o livro “Operação hashtag: a primeira condenação de terroristas islâmicos na América Latina”, que aborda o papel do terrorismo transnacional e cuja apresentação foi escrita por Moraes.
Em nota, o Sindicato dos Profissionais de Inteligência do Estado da Abin (Intelis) classificou a nomeação de um inspetor-geral “de fora do quadro do órgão” como “preocupante, injustificada e um descrédito aos funcionários orgânicos da Abin”.
“É preciso lembrar que a atual investigação sobre o uso indevido do software First Mile pela estrutura que parasitava a Abin foi iniciada pela própria corregedoria, então liderada por um oficial de inteligência.” afirma o grupo.
“A representação policial da quarta fase da Operação Last Mile solicita o compartilhamento dos dados da investigação com a Corregedoria da Abin, como prova inequívoca de que os investigadores reconhecem a plena cooperação da unidade com a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU). ” completo.
“Temos a certeza de que a instituição dispõe de excelentes quadros para desempenhar a função e é por isso que consideramos descabidas e preocupantes as consequências de uma nomeação como esta numa instituição republicana”, afirmou Intelis no comunicado.
Procurados pela Globo, Chuy e Abin não quiseram comentar o assunto.
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