O trabalho de cuidar dos familiares, como crianças, idosos e doentes, deve ser valorizado, remunerado e não exclusivo das mulheres. Essa é uma das reivindicações do W20 (Mulheres 20 – Mulheres 20, em português), um dos 13 grupos de engajamento que fazem parte da agenda do G20 e se reuniu, nesta segunda-feira (22), com representantes dos ministérios das finanças e do governo central. bancos dos países membros.
O evento faz parte de uma semana decisiva para a presidência brasileira do G20. A prioridade do W20 foi repassada aos jornalistas pela líder Ana Fontes, fundadora e presidente da Rede de Mulheres Empreendedoras.
O empresário citou como exemplo o modelo argentino, em que os anos que as mulheres dedicam à criação dos filhos pequenos contam para a aposentadoria. Mas Ana Fontes destaca que precisa ser algo dirigido a ambos os géneros, e não apenas às mulheres.
Ela defende repensar o modelo de visão e remuneração da “economia do cuidado”. “Se não pagarmos, ninguém apreciará”, diz ela. “Socialmente, as pessoas não olham para a economia do cuidado. Isso vai adicionar dinheiro à economia”, acrescenta ela.
“Tem gente que pergunta de onde virá esse dinheiro. O mundo não tem falta de dinheiro. O mundo carece de ações direcionadas. O que é preciso é organizar essa questão financeira”, argumenta.
Prioridades
Ana disse que outra prioridade do grupo é “olhar para a justiça climática numa perspectiva e numa perspectiva de género”. Segundo o empresário, as mulheres são as que mais sofrem nas emergências climáticas.
“Quando falta água quem vai buscar é a mulher, com a lata na cabeça. Quando há problema de saneamento e as crianças têm dores de barriga, são as mulheres que sofrem com isso”, explica.
Os dois temas são novidades na edição brasileira do W20. Outras reivindicações são herdadas das edições anteriores, como a melhoria da situação das mulheres empreendedoras através do acesso ao capital; combate à violência contra as mulheres; e aumentar a participação de mulheres e meninas nas áreas de STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática).
Os representantes brasileiros no W20 ainda buscam consenso para que, em todas as cinco demandas, haja uma perspectiva de raça e etnia.
“A questão racial acaba se sobrepondo a todas as outras questões, e as vulnerabilidades se somam”, explicou o líder do W20. Contudo, ainda não há consenso entre todos os países com representantes no W20.
Ana Fontes disse ter notado uma boa recepção por parte dos representantes dos ministérios das finanças e dos bancos centrais. Ela participa das discussões desde 2017 e destacou que nunca tinha visto uma iniciativa como a da presidência brasileira do G20, que, por meio do G20 Social, possibilitou o diálogo prévio entre representantes da sociedade civil e autoridades.
“Fiquei impressionado com a adesão ao tema. Obviamente esperamos que essa adesão não seja apenas algo que achamos legal, mas que aconteça na vida real também”, afirmou.
Outro grupo da sociedade civil que participou do encontro desta segunda foi o B20 (Business 20, encontro de representantes empresariais).
Segundo Constança Negri, líder do B20, um dos temas prioritários levados às autoridades do G20 Finance Track é o financiamento para acelerar a transição energética para uma economia com menos emissões de gases com efeito de estufa.
“Precisamos buscar mais formas de facilitar a participação e atração de capital privado”, argumenta.
O líder do B20, que também representa a Confederação Nacional da Indústria (CNI), detalhou que a intenção do setor privado é investir na transição energética cinco vezes mais do que o setor público. “Mas para que isso aconteça são necessárias algumas medidas que facilitem a forma como os bancos e agências multilaterais operam. [de fomento ao investimento]”, destacou.
Na visão do líder empresarial, houve “um grande acordo entre líderes públicos e representantes de grupos de engajamento sobre a questão do papel que o financiamento privado tem na alavancagem e na capacidade de dar esse contributo para a transição energética”.
G20
A presidência brasileira do G20 vai até a reunião de cúpula em novembro. O destaque do mandato brasileiro é a reunião de cúpula, nos dias 18 e 19, quando chefes de estado e de governo se reunirão no Rio de Janeiro.
O G20 é formado por 19 países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia e dois organismos regionais: a União Africana e a União Europeia.
Os membros do grupo representam cerca de 85% da economia mundial, mais de 75% do comércio global e cerca de dois terços da população do planeta. A próxima presidência do grupo caberá à África do Sul.
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