O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a saída temporária do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques para que pudesse participar do 41º Exame Unificado da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) . Ele está preso desde agosto do ano passado na Penitenciária da Papuda, em Brasília, sob suspeita de usar a estrutura da PRF para interferir no resultado do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
A decisão de Moraes foi protocolada na última sexta-feira, 12. Silvinei deixará a Papuda no dia 28 de julho, quando será realizada a prova objetiva da OAB, e no dia 22 de setembro, data da prova prático-profissional.
O local onde Silvinei realizará a primeira etapa da prova deverá ser divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), comissão organizadora do evento, no dia 26 de julho.
No mês passado, Moraes permitiu a visita de 17 senadores a Silvinei na Papuda. O ministro do STF vetou a entrada de celulares e a presença de outros acompanhantes nas reuniões. Izalci Lucas (PL-DF) e Damares Alves (Republicanos-DF) foram os primeiros parlamentares que foram para a penitenciária.
Silvinei foi reprovado em mais uma prova da OAB no início do ano
Em fevereiro deste ano, Silvinei foi reprovado na segunda fase do 39º Exame de Ordem Unificada da OAB. Após obter autorização de Moraes para participar da competição, passou na primeira fase, mas não conseguiu nota suficiente na prova prático-profissional.
Diferentemente da prova seguinte, Silvinei participou do 39º Exame da OAB em uma cela na Papuda. Após pedido de sua defesa, Moraes permitiu que o material de estudo fosse entregue ao ex-diretor da PRF.
Lembre-se do caso
Em agosto do ano passado, o ex-diretor da PRF foi preso preventivamente em Florianópolis, no âmbito da Operação Constituição Cidadã da PF, seguindo ordem de Moraes.
Segundo a PF, Silvinei e outros agentes da PRF teriam usado a máquina pública para interferir no segundo turno das eleições. Uma das provas colhidas pelos investigadores foram indícios de recursos direcionados por integrantes da corporação para dificultar a circulação de eleitores nordestinos no dia das eleições.
Em junho do ano passado, ele prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no dia 8 de janeiro e negou ter usado seu cargo para beneficiar Jair Bolsonaro. Tentando blindar o ex-chefe do Executivo, Silvinei disse que a atuação da corporação foi mais intensa no Nordeste porque a estrutura da PRF é maior na região. Em outubro, o colegiado, em relatório final, pediu seu indiciamento.
Às vésperas do segundo turno, o ex-diretor da PRF usou as redes sociais para pedir votos para Bolsonaro. Ele publicou uma foto da bandeira brasileira e escreveu: “Vote 22, Bolsonaro presidente”. Pouco depois da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Silvinei se aposentou, aos 47 anos, diante das investigações sobre sua atuação no comando da PRF.
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