O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que uma das pessoas que ele mais ouve é sua esposa, Janja Lula da Silva. Segundo a petista, ela quer discutir assuntos como política e economia.
“Janja é uma pessoa que muitas vezes me diz não. Ela quer discutir economia, quer discutir política de direitos humanos, política de género, política de igualdade. perguntou se há hoje, como em mandatos anteriores, pessoas que possam aconselhá-los e alertá-los sobre questões governamentais.
‘Ninguém está proibido de falar comigo’
Lula discordou da afirmação de que atualmente poucas pessoas teriam coragem de enfrentá-lo dentro de sua equipe. Segundo o presidente, “muita gente” sente-se confortável em fazê-lo, “porque estabeleço uma relação muito real com as pessoas, com os meus ministros e com outros, que não são do meu governo”, afirmando que ninguém está “proibido” para falar com ele.
“Nunca vou fazer beicinho, nunca vou franzir a testa porque você disse algo que não gosto. Se você falar algo que não gosto, às vezes essas coisas podem me ajudar mais do que se você fosse um lambe-botas”, disse o presidente, dizendo “dar guarita” para que a equipe faça “sugestões sinceras”.
Desde o início do mandato, fala-se nos bastidores que, dentro da equipe do presidente, poucos nomes teriam coragem de enfrentar o petista, o que poderia criar “pontos cegos” para Lula, que não estariam devidamente informados dos principais problemas. da sua gestão.
Lula também discordou que teria mais contato com representantes de outros poderes nos mandatos anteriores. “Não é verdade que tive mais interação com outros políticos no meu primeiro mandato do que agora”, disse ela.
O presidente também citou a mãe, dona Lindu, como exemplo de como aprendeu a ser responsável fiscalmente, observando como ela administrava as contas da casa durante a infância. Segundo o presidente, ele tem “consciência do que tem que fazer” e que, como aprendeu em casa, o país só gastará o que tem, e só se endividará “com algo que aumente a nossa riqueza”. O argumento foi usado para justificar o déficit do país ser zero, 0,1% ou 0,2%.
“É só uma questão de visão, você não é obrigado a traçar uma meta e alcançá-la se tiver coisas mais importantes para fazer. Este país é muito grande, é muito poderoso, o que é pequeno são as cabeças dos líderes deste país. país e os chefes de alguns especuladores”, disse Lula, que prometeu fazer tudo de forma previsível. “Vamos fazer isso ao meio-dia, não à meia-noite, com todos assistindo”, disse ela.
Apesar de citar melhorias na economia, o presidente continuou a criticar a taxa básica de juros, questão que o incomoda desde que assumiu a Presidência, em 2022. Segundo Lula, a taxa de juros é a única coisa que “não é controlada”. Lula, porém, desta vez não citou o nome do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
O líder do município passou a ser o principal alvo do petista devido ao ritmo de queda da taxa Selic, que atualmente está em 10,50% ao ano. O petista também não gosta da proximidade de Campos Neto com o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
NÓS
Lula também voltou a comentar o ataque a Donald Trump, ex-presidente americano, representante da extrema direita do país, que tenta retornar ao cargo nas eleições deste ano. Segundo o presidente, Trump tentará “aproveitar” o ataque que sofreu no último sábado, quando levou um tiro na orelha durante um comício.
Segundo o petista, a foto do americano com o braço levantado e o rosto coberto de sangue não poderia ser melhor para a campanha, mesmo que fosse encomendada. “Sinceramente, acho que Trump tentará tirar vantagem disso. Aquela foto dele com o braço levantado, se fosse encomendada, não sairia melhor. Ele vai explorar isso”, disse o presidente. “E cabe aos democratas encontrar uma maneira de não permitir que essa seja a razão pela qual ele possa ter votos”, acrescentou.
Grandes tecnologias
Lula da Silva também defendeu a necessidade de regulamentação “urgente” das grandes empresas de tecnologia, as chamadas grandes tecnologias. O chefe do Executivo disse que deverá se reunir esta semana com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para discutir o tema, e defendeu a criação de uma proposta sobre o tema ouvindo empresários e o presidente da Câmara, Arthur Lira ( PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Não é possível que essas empresas continuem ganhando dinheiro espalhando mentiras, espalhando inverdades, fazendo provocações, campanhas contra vacinas, campanhas a favor disto, campanhas a favor daquilo, sem levar em conta qualquer compromisso com a verdade”, disse Lula.
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