O senador Renan Calheiros (MDB-AL) prometeu levar o caso de monitoramento ilegal de opositores ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o Agência Brasileira de Inteligência (Abin) à Justiça, inclusive nos tribunais internacionais.
Segundo o parlamentar, que foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a gestão do governo Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19, a atuação do colegiado pode ter sido prejudicada por uma “escuta telefônica” orquestrada por órgãos do governo Bolsonaro.
Em postagem sobre o procurador-geral Augusto Aras.
“Vou à Justiça, inclusive nos tribunais internacionais, como auxiliar de acusação no escândalo da Abin. As escutas telefônicas na cúpula da CPI mostram que a investigação pode ter sido prejudicada pela atuação marginal de órgãos do Estado. Fatos novos para a PGR reabrir peças arquivadas por Augusto Aras (ex-procurador-geral da República)”, afirmou o senador.
Além de Calheiros, a Polícia Federal investiga se a Abin paralela monitorou outros quatro deputados federais, três senadores, um ex-governador, dois funcionários do Ibama, três auditores da Receita Federal e quatro jornalistas.
Nesta quinta-feira, 11, a PF deflagrou a quarta fase da Operação Last Mile, que investiga monitoramentos irregulares. Entre as provas colhidas pelos investigadores está a gravação de um encontro entre o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que chefiou a Abin durante o governo Bolsonaro, e o ex-presidente.
Na gravação, eles discutem um plano para cancelar a investigação das “rachadinhas”, que tinha como alvo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Em novembro de 2022, às vésperas do fim do mandato de Bolsonaro como presidente, Augusto Aras pediu o arquivamento das investigações relacionadas ao relatório da CPI. Em fevereiro de 2023, a ministra Rosa Weber, então presidente do STF, contrariou o parecer e determinou o prosseguimento da investigação. O caso ainda tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
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