A Policia Federal destaca que o ministros do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, atual presidente da Corte, Dias Toffoli, Luiz Fux e Alexandre de Moraes eram monitorados pela estrutura paralela que existiu na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro.
Veja os nomes citados pela PF
Poder Judiciário: Ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux;
Poder Executivo: Ex-Governador de São Paulo, João Dória, funcionários do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges, Auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto.
Poder Legislativo: Deputado Federal Arthur Lira (Presidente da Câmara dos Deputados), Deputado Rodrigo Maia (então Presidente da Câmara dos Deputados), Deputados Federais Kim Kataguiri e Joice Hasselmann, Senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues.
Jornalistas: Mônica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.
Operação
Foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão pelo Supremo Tribunal Federal, nas cidades de Brasília/DF, Curitiba/PR, Juiz de Fora/MG, Salvador/BA e São Paulo/SP. Até o momento, quatro pessoas foram presas e uma ainda não foi localizada. O uso do programa espião FirstMile foi revelado pela Globo.
Entre os alvos da ação estão ex-funcionários cedidos à Abin e influenciadores digitais que atuaram no chamado “gabinete do ódio” do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Já foram feitas quatro prisões: Giancarlo Gomes Rodrigues; Matheus Sposito, que foi assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na última gestão; Marcelo de Araújo Bormevet; e Richards Dyer Pozzer.
Nesta fase, as investigações revelaram que membros dos três poderes e jornalistas foram alvos das ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas. A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores, aparelhos telefônicos e infraestrutura de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.
“Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático alheio”, disse a PF em nota.
Alvos
Um dos alvos da 4ª fase da Operação Last Mile, lançada nesta quinta-feira, é o agente da Polícia Federal Marcelo Araújo Bormevet.
Integrante da PF desde 2005, Bormevet integrou a equipe que deu segurança ao ex-presidente Jair Bolsonaro na campanha de 2018. No trabalho, conquistou a confiança do ex-presidente e delegado da PF Alexandre Ramagem, que o nomeou chefe do Centro Nacional de Inteligência (CIN) da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Durante o governo Lula, Bormevet ocupou o cargo de assessor do vice-chefe de Infraestrutura da Casa Civil – cargo do qual foi afastado em janeiro por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Também foi preso Matheus Sposito, que foi assessor da Secom no governo Bolsonaro e chegou a ser investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid por supostamente fazer parte de um ‘gabinete paralelo’ que defendia o uso de medicamentos sem eficácia comprovada.
Sob investigação
Conforme revelou O Globo, a Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de alvos pré-determinados por meio de celulares. Após a reportagem, a Polícia Federal abriu investigação e identificou que a ferramenta era utilizada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e opositores ao governo de Bolsonaro.
Segundo a PF, além de policiais federais e funcionários da Abin, o então diretor do departamento na época, Alexandre Ramagem, e o vereador carioca Carlos Bolsonaro são investigados por suposta participação na chamada “Abin paralela”. Eles eram alvo de mandados de busca e apreensão. Ambos negam o crime.
Em nota no início do ano, a Abin informou que “é a maior interessada” em apurar os fatos. “Há 10 meses, a atual gestão da Abin colabora com inquéritos da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal sobre possíveis irregularidades cometidas durante o período de utilização da ferramenta de geolocalização, de 2019 a 2021. A Abin é a maior interessada na investigação rigorosa dos fatos e continuará colaborando com as investigações”, disse a agência.
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