A Polícia Federal concluiu que foi montada uma associação criminosa no governo Jair Bolsonaro para desviar joias e presentes de alto valor recebidos em razão do cargo do ex-chefe do Executivo. “Essa ação ilícita teve por objetivo desviar mercadorias, cujo valor de mercado equivale a US$ 4.550.015,06 ou R$ 25.298.083,73”, diz a PF, no relatório final da investigação das joias sauditas – caso revelado pelo Estadão.
O ex-presidente foi indiciado pelos crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro nesta quinta-feira, 4. Nesta segunda-feira, 9, o ministro Alexandre de Moraes retirou o sigilo do relatório final da PF sobre o caso e deu prazo de 15 dias para que o procurador-geral da República Paulo Gonet se manifeste sobre a conclusão dos investigadores. O documento tem mais de 400 páginas.
Segundo a PF, os valores obtidos com a venda de presentes e joias foram convertidos em dinheiro e entraram no patrimônio pessoal do ex-presidente, por meio de intermediários.
A Polícia Federal listou os “bens que foram objeto de atos de desvio e tentativa de desvio perpetrados pela associação criminosa com a finalidade de enriquecimento ilícito do ex-presidente”:
Kit de relógio em ouro branco – Rolex – DayDate Special Edition – US$ 73.749,50
Kit de canetas em ouro branco – Chopard Rollerball – US$ 20.000,00
relógio kit ouro rosa – Chopard LUC tripla certificação Tourbillon automático – US$ 109.101,83
kit de canetas ouro rosa – Chopard – Rollerball – US$ 4.000,00
Joias femininas retidas pela RFB – Relógio Chopard LL’Heure Du Diamant Médio Oval – US$ 187.608,00
Joias femininas retidas pela RFB – Anel de prata Chopard – US$ 30.292,91
Joias femininas retidas pela RFB – Par de brincos Chopard – US$ 126.341,56
Joias femininas retidas pela RFB – Colar de prata Chopard – US$ 671.660,20
Bem conservado pela RFB – Escultura de cavalo árabe dourado – US$ 4.971,12
Segundo a PF, o valor parcial dos presentes entregues por autoridades estrangeiras ao então presidente totalizou US$ 1.227.725,12 ou R$ 6.826.151,66.
“O valor não leva em conta os bens ainda pendentes de perícia, além das esculturas douradas de um barco e de uma árvore e do relógio Patek Philippe, que foram desviados do acervo público brasileiro e ainda não foram recuperados”, frisou a corporação.
Investigadores apontam que a associação criminosa formada por Bolsonaro e 11 de seus aliados utilizou a estrutura da Subsecretaria de Documentação Histórica para “legalizar” a incorporação de bens de alto valor, apresentados por autoridades estrangeiras, ao acervo particular do ex-chefe do Executivo . .
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