Em sua primeira viagem ao Brasil desde que foi eleito, o presidente da Argentina, Javier Milei, criticou o que chamou de governos socialistas dos últimos 20 anos na América Latina, sem mencionar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Milei afirmou ainda que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é vítima de perseguição judicial no país e que a liberdade de expressão é questionada nas grandes potências mundiais.
Para Milei, “a liberdade de expressão, valor fundamental da democracia, está sendo questionada pelas principais potências mundiais sob a desculpa de não ferir a sensibilidade de ninguém, ou de respeitar os supostos direitos de algumas minorias barulhentas”. Afirma que é cada vez mais comum ouvir que países que se acreditava “respeitarem os princípios básicos da democracia estão a cometer aberrações em termos de liberdade de expressão e censura”.
O presidente argentino acredita que muita gente vê esses conceitos como “abstratos”, mas, em suas palavras, quem vê “o que lamentavelmente começa a acontecer hoje no Brasil, pensa duas vezes”. Milei não entrou em detalhes sobre essa menção, nem mencionou o governo brasileiro ou o judiciário, que foi alvo de diversas críticas de outros participantes durante a quinta edição da Conferência de Ação e Política Conservadora (CPAC Brasil), evento que recebeu o presidente argentino para seu discurso de encerramento.
O CPAC foi realizado neste fim de semana em Balneário Camboriú, Santa Catarina. Em seu discurso, Milei foi acompanhada no palco por Bolsonaro, pelo governador catarinense Jorginho Mello (PL), pelo senador Jorge Seif (PL-SC) e pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), organizador do evento. A irmã de Milei, Karina Milei, secretária-geral do governo argentino, o porta-voz Manuel Adorni e o ministro da Defesa, Luis Alfonso Petri, também foram chamados para assistir ao discurso ao lado de políticos brasileiros.
Milei foi recebida pelo público com gritos de “Viva la libertad, carajo” e “Lula, ladrão, você pertence à prisão”. Cumprimentou Bolsonaro, chamando-o de presidente, e Eduardo pela recepção, disse que se sentiu em casa e que “é sempre um prazer estar entre amigos”.
O presidente argentino aproveitou seu discurso para criticar o que chamou de “governos socialistas” dos últimos 20 anos na América Latina e disse que o único interesse dessas administrações é “o poder pelo poder”. “[Esses governos] Constituem uma receita para o desastre económico, social, político e cultural”, disse ele. “Uma relação causal entre estes dois elementos não é uma coincidência.”
Citou como exemplos Cuba, Nicarágua e Venezuela, classificando as administrações destes países como “ditaduras sanguinárias”. Ele disse ainda que Bolsonaro sofre perseguição judicial no Brasil, mas sem entrar em detalhes. Esta semana, o ex-presidente brasileiro foi indiciado pela Polícia Federal por peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa no caso das joias sauditas, revelado pelo Estadão em março do ano passado.
Milei encerrou seu discurso com três gritos de “Viva la libertad, carajo” e abraçou e deu a mão a Bolsonaro antes de sair do palco e seguir para o aeroporto. O presidente argentino deixa hoje o país.
Depois de Milei, Eduardo Bolsonaro também fez um breve discurso ao lado do americano Matt Schlapp, presidente do CPAC original. Na tela, uma arte pedia anistia para Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, ex-deputado Daniel Silveira, Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal e pessoas presas no ataque aos prédios de Três Poderes no dia 8 de janeiro. uma imagem de Cleriston da Cunha, preso por participação nos atos golpistas que morreu após ter problemas de saúde na prisão.
“Tenho certeza que se tivéssemos uma ligação mais íntima, o 8 de janeiro nunca teria acontecido no Brasil porque teríamos aprendido com o 6 de janeiro nos Estados Unidos”, afirmou. Segundo ele, houve pessoas bem-intencionadas que queriam evitar a depredação do Palácio do Planalto, do Congresso e do STF, mas “acabaram caindo nessa armadilha do 8 de janeiro”.
“Me comprometo a lutar pela anistia para todos os injustiçados até o 8 de janeiro no Brasil”, declarou Eduardo, que indicou que será candidato ao Senado em 2026.
Milei e Bolsonaro foram destaque de evento conservador em Santa Catarina
O presidente da Argentina chegou à cidade catarinense na noite de sábado e foi recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os dois assistiram ao jogo entre Brasil e Uruguai pela Copa América. A seleção brasileira foi desclassificada na disputa de pênaltis, após empate em 0 a 0 com os uruguaios.
Na manhã deste domingo, 7, Milei se reuniu a portas fechadas com Bolsonaro, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Jorginho Mello (PL-SC) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ao final do encontro, o presidente argentino recebeu de Bolsonaro a medalha “3is: imortal, imbrável e não comestível”.
Milei também se reuniu com Mello e empresários catarinenses. Segundo o governador, o objetivo do encontro foi discutir as relações comerciais entre Santa Catarina e o país vizinho.
Esta é a primeira vez que o argentino vem ao Brasil desde que assumiu a presidência do país vizinho. Milei não se encontrará, porém, com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo porta-voz de Milei, as agendas catarinenses são “prioritárias” para o presidente argentino.
Nas últimas semanas, Lula e Milei trocaram acusações. O presidente brasileiro disse que o argentino deveria pedir desculpas pelas “bobagens” que disse sobre ele e o Brasil. Milei repetiu mais uma vez que o petista é “comunista” e “corrupto”.
Se o fechamento ficou por conta de Milei, a abertura do CPAC Brasil, na manhã deste sábado, 6, ficou a cargo de Bolsonaro. Em seu discurso, o ex-presidente ignorou o indiciamento da Polícia Federal no caso das joias sauditas, criticou o PT, que chamou de “partido da farsa”, e a imprensa. “Não tenho ambição de poder, tenho uma obsessão pelo Brasil, apesar de quaisquer outras questões que nos atrapalham”, disse.
Ao final do primeiro dia de evento, o ex-presidente voltou ao palco para o discurso de encerramento. Na época, ele disse que “não vai recuar” mesmo com as investigações da Polícia Federal (PF) em andamento contra ele. “Embora a PF tenha vindo três vezes à minha casa, hoje ainda tenho cerca de 300 casos. Vale a pena. Não vamos recuar”
A CPAC Brasil é organizada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro e foi inspirada na Conservative Political Action Conference (CPAC), evento que reúne nomes do conservadorismo dos Estados Unidos em congressos anuais desde 1973.
Além de Milei e Bolsonaro, a edição deste ano do CPAC Brasil contou com a presença dos governadores de Santa Catarina, Jorginho Mello, e de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deputados de Bolsonaro e empresários.
As palestras do CPAC Brasil foram marcadas principalmente pelo tom da assessoria eleitoral aos pré-candidatos a prefeito e vereador nas próximas eleições municipais. Deputados e líderes de Bolsonaro enfatizaram que um bom desempenho nas eleições foi essencial para sustentar uma candidatura presidencial de Bolsonaro em 2026.
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