O desembargador Luís Cesar de Paula Espíndola, do Tribunal de Justiça do Paraná, entrou na mira da Inspetoria Nacional de Justiça ao afirmar, em sessão de julgamento sobre assédio de uma professora a uma menina de 12 anos, que “as mulheres são loucas depois dos homens”. O magistrado já foi condenado por violência doméstica e a sua conduta já foi alvo de seis inquéritos disciplinares, segundo o ministro Luís Felipe Salomão. Agora, foi aberta a sétima investigação sobre o magistrado.
O juiz está próximo de ser julgado, no Plenário do CNJ, no âmbito de um procedimento aberto após sua elaboração da Lei Maria da Penha. Ele foi condenado em março de 2023 pelo Superior Tribunal de Justiça por agressão cometida contra a irmã e a mãe do magistrado, de 81 anos, durante uma briga em 2013. Espíndola foi condenado a quatro meses e 20 dias de detenção, em regime aberto, mas não ficou preso. Na época, o conselho decidiu suspender a execução da pena do juiz por dois anos.
Segundo Salomão, “em relação a condutas que envolvam possível violência de género, a presença de investigações anteriores na esfera disciplinar confirma a necessidade de uma investigação aprofundada” relativamente às declarações de Espíndola. A magistrada abriu o inquérito nesta sexta-feira, 5, e deu prazo de 15 dias para que o magistrado se pronunciasse sobre o caso.
Em nota, Espíndola disse que “não teve a intenção de menosprezar o comportamento feminino”. “Lamento profundamente o ocorrido e me solidarizo com todos que se sentiram ofendidos com a divulgação parcial do vídeo da sessão”, disse ela em nota divulgada pelo Tribunal de Justiça do Paraná.
As declarações que motivaram a nova investigação do juiz foram feitas durante julgamento na 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná. Nesse momento, a diretoria decidiria se manteria as medidas protetivas concedidas e manteria o afastamento da professora acusada do relacionamento da menina. A Câmara manteve as medidas protetivas, com voto contrário de Espíndola.
Após o julgamento, apontou “discurso feminista ultrapassado” e gritou: “Se hoje em dia Vossa Excelência sai à rua, são as mulheres que estão a assediar, a perseguir os homens. Hoje em dia a mulher é louca por homem, porque são poucos. É só sair à noite, eu não saio muito à noite, mas sei que as funcionárias são loucas por receber um elogio, uma piscadela, uma piscadela. uma piscadela. uma cantada educada, porque são eles que estão cantando, assediando.”
Salomão entendeu que há “conteúdo potencialmente preconceituoso em relação à vítima menor na fala do juiz, além de comentários inapropriados e conteúdos aparentemente misóginos”. Ele destacou a repercussão do caso e destacou que ocorrências semelhantes, de “atitude de magistrados com potencial descumprimento dos deveres do cargo e dos princípios éticos do poder judiciário, chegaram repetidas vezes à Corregedoria, e, não por acaso , envolvendo as mulheres como destinatárias dos atos praticados”.
A ministra destacou a necessidade de discutir a cultura da violência de gênero, “fomentada por crenças e atos misóginos e sexistas, além de estereótipos”. “Quando se torna habitual e naturalizada, a discriminação dá origem à violência, e gera práticas sociais que permitem ataques à integridade, à saúde e à liberdade das mulheres. A responsabilidade do Poder Judiciário e dos seus membros, neste sentido, é incontornável”, considerou. .
No despacho, Salomão listou ainda outros processos em que o juiz já foi ou ainda é alvo na esfera disciplinar.
Os procedimentos tratam de “possível envolvimento em episódio de agressão e abuso de autoridade”; eventual atuação do magistrado em processos quando esteve afastado por ordem do Superior Tribunal de Justiça; suposta demora no julgamento de medidas urgentes (ajuizada pela Corregedoria local); suposta irregularidade na análise da ação de revisão alimentar (ajuizada pela Corregedoria local); e suposto obstáculo à sustentação oral de advogado em procedimento em que o juiz deveria ter se declarado impedido.
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