Na manhã desta quinta-feira, 4, a Polícia Federal (PF) expediu mandados de busca e apreensão na segunda fase da Operação Venire, que investiga supostas fraudes nas carteiras de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os alvos da PF nesta manhã são Washington Reis (MDB), ex-prefeito de Duque de Caxias (RJ) e secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, e Célia Serrano da Silva, secretária de Saúde do município.
Os mandados foram solicitados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), segundo informações do GloboNews.
Segundo a investigação da PF, foi da cidade de Duque de Caxias que veio a adulteração nos registros de doses de vacinas contra a Covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro. As investigações tiveram origem na Controladoria-Geral da União (CGU) e foram reveladas pelo Estadão/Broadcast.
Cadastros fraudulentos no sistema SUS
Segundo a PF, em dezembro de 2022, João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Governo de Duque de Caxias, inseriu dados fraudulentos no sistema SUS sobre a suposta vacinação de Bolsonaro.
As informações inseridas indicavam que o então presidente foi a Duque de Caxias para receber doses da vacina Pfizer (NYSE:) nos dias 13 de agosto e 14 de outubro de 2022. Porém, de acordo com as medidas, a viagem do então presidente à cidade da Baixada Fluminense nas datas indicadas não era viável.
Os dados inseridos por Sousa Brecha foram apagados seis dias depois pela servidora Claudia Helena Acosta, chefe do Centro de Vacinação da cidade, alegando “erro”. Entretanto, porém, já tinham sido impressos comprovativos de vacinação com as informações fraudulentas, que foram entregues às autoridades de imigração dos EUA.
Sousa Brecha foi preso durante a primeira fase da Operação Venire. Nesta quinta-feira, teve início a segunda fase das investigações.
Quem é Washington Reis?
Washington Reis é secretário estadual de Transportes e ex-prefeito de Duque de Caxias, onde foi vereador e vice-prefeito. Além disso, foi deputado estadual de 1995 a 2004, por três mandatos consecutivos, e deputado federal de 2011 a 2017.
Nas eleições de 2022, Reis foi cotado para ocupar o cargo de vice-governador na chapa de Cláudio Castro, do PL, ao Executivo estadual. O MDB formalizou sua indicação, mas seu nome acabou contestado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-PR). Em seu lugar, o ex-secretário estadual Thiago Pampolha (União Brasil) assumiu a vice-presidência na chapa de Castro.
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