Nas alegações finais, a promotora Ethel Cipele pediu a condenação de Walter Delgatti Neto, conhecido como Hacker da Lava Jatopor fraude supostamente cometida em Ribeirão Preto (SP), em 2010.
O representante do Ministério Público (MP) afirmou que a pena deveria ser de, no mínimo, um ano de detenção aberta. Isso porque há 14 anos Delgatti Neto não tinha antecedentes criminais.
De acordo com os autos do processo, Delgatti Neto havia comprado alianças online no valor de R$ 2,3 mil parcelados em sete parcelas no cartão de crédito, procurou o produto e, posteriormente, contestou a compra e recebeu o reembolso.
De posse de imagens do dia da venda, a loja de Ribeirão Preto registrou boletim de ocorrência contra Delgatti Neto após tentar localizá-lo para solucionar o caso.
Em comunicado recente, o hacker afirmou que o cancelamento da compra foi um erro da operadora do cartão e que ele não foi responsável. A defesa de Delgatti Neto será notificada para apresentar alegações finais do processo.
“O réu, ao ser interrogado, assumiu a compra e retirada das alianças, e apresentou justificativa não comprovada de que o cancelamento havia sido feito erroneamente pela administradora do cartão de crédito, desonerando-se, portanto, do ônus de provar os fatos alegados em sua defesa”, disse o promotor.
Delgatti Neto está preso em Araraquara (SP) em decorrência dos andamentos de uma investigação que apura um suposto plano de invasão ao Judiciário.
No dia 23 de abril, foi denunciado, junto com a deputada federal Carla Zambelli, pela invasão do sistema do CNJ, que incluía um mandado de prisão para Alexandre de Moraes, assinado pelo próprio magistrado.
Em 2019, Delgatti Neto admitiu ter hackeado celulares de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e do então juiz Sergio Moro, todos da Operação Lava Jato. Ele foi preso pela primeira vez em julho de 2019, na Operação Spoofing.
Em outubro de 2020, Delgatti Neto saiu em liberdade condicional, mas foi preso novamente em julho de 2023 por acessar a internet, o que foi impedido pela Justiça.
Em agosto de 2023, Delgatti foi novamente preso preventivamente durante investigações da Polícia Federal (PF) que apuram suposta invasão aos sistemas do CNJ e inserção de documentos falsos e alvarás de soltura no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
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