Ó Presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto Ele disse nesta terça que é preciso desfazer a “narrativa” de que sua gestão à frente do BC atende a algum lado político. Essa terça-feira, Lula voltou a dizer que o presidente da autoridade monetária tem “viés político”.
— Toda essa narrativa de que o Banco Central tem sido político, temos que nos afastar disso e explicar o que estamos fazendo. Acho que o que estamos fazendo tem sido muito técnico — disse Campos Neto em fórum do BCE (Banco Central Europeu) em Portugal.
Para se defender das acusações, o presidente da autoridade financeira lembrou que em 2022, o BC elevou a taxa de juros ainda em ano eleitoral, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que o nomeou para o BC.
— Se isso não é prova de que você é independente e que agiu de forma autônoma, é difícil encontrar outro exemplo como este — disse Campos Neto.
Lula elevou o tom contra Campos Neto depois que o presidente do BC se reuniu com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado de Jair Bolsonaro cotado para concorrer à presidência em 2026. Na ocasião, segundo o jornal Folha de S. Paulo, o presidente do BC disse que aceitaria ser ministro da Fazenda num possível governo Freitas. Na última quinta-feira, porém, Campos Neto negou que a conversa sobre a ocupação do cargo tenha ocorrido.
Lula critica o BC
Nesta terça-feira, Lula voltou a dizer que criticou a gestão de Campos Neto no Banco Central, mas recuou em relação à autonomia da autoridade monetária, ponto que havia sido criticado por Lula nas últimas semanas.
— Mas acho que precisamos manter o Banco Central funcionando corretamente, com autonomia, para que o presidente do BC não fique vulnerável aos políticos. Porém, se você é um presidente democrata, permite que isso aconteça sem nenhum problema. Mas o Banco Central não pode estar a serviço do sistema financeiro, é um banco do Estado — disse o presidente.
Em resposta ao presidente da República, Campos Neto disse que a interrupção do ciclo de queda dos juros, decidida na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), teve como uma das motivações o “ruído” em relação às expectativas sobre a trajetória fiscal e a política monetária do país.
— Isso (queda nas taxas de juros) teve muito mais a ver com muito barulho que criamos do que com os fundamentos. E o ruído está relacionado a duas coisas, uma é a expectativa na trajetória da política fiscal e a outra é a expectativa sobre o futuro da política monetária — disse Campos Neto durante palestra no Fórum de Bancos Centrais, promovido pela Central Europeia Banco (BCE), em Portugal.
O presidente do Banco Central acrescentou:
— Quando tivemos esses dois ao mesmo tempo, criou-se bastante incerteza para nós. Precisávamos parar e ver como podemos fixar as expectativas e nos comunicar melhor para que possamos eliminar esse ruído, porque há uma desconexão enorme com os dados atuais, tanto os dados fiscais e de inflação quanto a expectativa. Então o que aconteceu no Brasil é que as expectativas começaram a se ancorar, embora os dados atuais estejam chegando conforme o esperado.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também afirmou nesta quinta que é preciso ajustar a comunicação sobre a autonomia do Banco Central (BC) e a rigidez do quadro fiscal para conter a alta do dólar.
Ele também negou que o governo vá reduzir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o câmbio como medida para combater a desvalorização do real.
— Acredito que o melhor a fazer é acertar na comunicação, tanto em relação à autonomia do Banco Central, como fez o presidente esta manhã, quanto em relação ao quadro fiscal. Não vejo nada fora disso, autonomia do Banco Central e rigidez do quadro fiscal, é isso que vai tranquilizar as pessoas — disse o ministro em conferência com jornalistas no Ministério das Finanças.
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