O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira, 28, que caberá ao Judiciário, e mais especificamente ao Tribunal, dar a última palavra caso seja apresentada uma proposta de anistia para os investigados, acusados tem sucesso no Congresso. , condenado e preso por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro do ano passado.
No início deste mês, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Caroline de Toni (PL-SC), nomeou o colega Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) como relator de projeto de lei que concede anistia implicado na depredação da sede do Poder em Brasília. Os dois parlamentares são aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ex-presidente é investigado em um dos inquéritos sobre os atos golpistas. A anistia é defendida por aliados de Bolsonaro no Congresso e tem sido citada nos bastidores do Parlamento como moeda de troca para o apoio do campo de Bolsonaro nas eleições para as presidências da Câmara e do Senado em 2025.
Constituição
“Quem admite ou não anistia é a Constituição Federal e quem interpreta a Constituição é o Supremo Tribunal Federal”, disse Moraes durante o Fórum Jurídico de Lisboa, evento promovido pela instituição de ensino superior do ministro Gilmar Mendes. “O Supremo Tribunal Federal garantirá a responsabilização de todos os responsáveis até o dia 8 de janeiro”, garantiu o ministro em seu discurso.
Bolsonaro levantou a ideia da anistia no dia 8 de janeiro, durante evento na Avenida Paulista que reuniu milhares de pessoas no dia 25 de fevereiro. A manifestação foi convocada pelo próprio ex-presidente após ele ter sido apontado pela Polícia Federal (PF) como mentor de uma trama golpista para permanecer no poder após ser derrotado nas eleições presidenciais de 2022. Durante o evento em São Paulo, o ex-presidente pediu anistia “para aqueles pobres presos em Brasília” que foram alvo da investigação.
Cerca de um mês depois, pesquisa Datafolha informou que a possibilidade de anistia aos responsáveis pelos ataques golpistas às sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, foi rejeitada por 63% dos entrevistados. Assim como Bolsonaro, 31% dos entrevistados na pesquisa falaram a favor do perdão, enquanto 2% se disseram indiferentes e 4% não opinaram sobre o assunto. A pesquisa ocorreu entre os dias 19 e 20 de março com 2.002 entrevistados.
“O Supremo Tribunal Federal é uma instituição centenária. Obviamente, quando a democracia é mais atacada e a Constituição é mais atacada, o Supremo Tribunal Federal tem a missão de defendê-la e o fez”, disse Moraes durante seu discurso no evento. em Lisboa.
Mensagens
Alvo de questionamentos sobre possíveis conflitos de interesses envolvendo partes e a agenda de julgamentos do STF (mais informações na página ao lado), o fórum realizado na capital portuguesa serviu para que os ministros participantes enviassem mensagens ao Congresso e ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além da questão da anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, outro assunto que ganhou destaque entre os ministros foi a decisão do STF de descriminalizar o porte de maconha.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quinta-feira, 27, que a Corte cumpriu seu papel ao decidir sobre a descriminalização e que o presidente Lula tem “liberdade de expressão” para discordar da decisão.
Lula disse nesta quarta-feira, 26, que o STF não precisa “se envolver em tudo” e que decisões como a desta semana sobre a maconha geram “rivalidade” com outros Poderes. Ainda segundo Lula, o STF não pode “apanhar nada” para julgar.
“Não sou censor do que o presidente diz e muito menos fiscal da Câmara. O que posso afirmar é que o STF julga as ações que chegam ao plenário, incluindo habeas corpus e recursos extraordinários para pessoas que estão presas com pequenos quantidades de drogas”, disse Barroso ao ser questionado sobre as declarações de Lula.
‘Conflagração’
O ministro Flávio Dino também respondeu às críticas feitas pelo Presidente da República à decisão do Tribunal. O juiz argumentou que o tribunal é instado a decidir sobre questões polêmicas por causa da “conflagração” social. Dino argumentou que questões conflitantes da sociedade brasileira têm recorrido ao Judiciário, o que obriga os magistrados a agir.
“Quando situações conflitantes passam por aquela praça (dos Três Poderes) e não encontram outra porta, acham o prédio do STF mais bonito, a rampa é menor, e lá eles entram. os problemas estão no mar ou no Lago Paranoá, e não podemos prevaricar”, disse Dino
“É por isso que o Supremo Tribunal Federal ‘se envolve em muita coisa’. Estamos envolvidos em muita coisa justamente diante dessa conflagração que marca a sociedade brasileira”, acrescentou o ministro, que foi titular da Justiça no início de seu terceiro mandato. de Lula na Presidência da República.
A posição do ministro se alinha com a de outros integrantes da Corte Dias Toffoli afirmou anteontem que “se tudo vai parar no Judiciário, é uma falha dos demais órgãos decisórios”.
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