A segurança pública e os crimes cometidos na cidade são apontados como o problema mais grave de São Paulo por 29% dos eleitores, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 27. As menções ao tema superam questões comumente debatidas em eleições municipais, como saúde (17%), educação (5%) e transporte público (5%).
Ó Estadão publicou o Radar Criminal, ferramenta interativa que mostra ocorrências policiais registradas em cada endereço da capital paulista. É possível ver a incidência de furtos, roubos, roubos e sequestros ocorridos em maio, último mês com dados disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública.
Foram cometidos 12.260 crimes em maio, sendo o roubo de celulares o mais comum, com 4.361 ocorrências. Pinheiros, distrito policial da zona oeste, registrou o maior número de crimes no mês, com 440 no total. Na outra ponta do ranking está o distrito de Socorro, na zona sul, com 41 ocorrências.
No geral, São Paulo registrou queda no número de homicídios, roubos, roubos e estupros, e aumento nos roubos – roubos seguidos de morte – no 1º trimestre de 2024.
A segurança pública é responsabilidade do governo do Estado, que comanda as Polícias Civil e Militar, mas a Prefeitura de São Paulo também atua por meio da Guarda Civil Municipal (GCM) e desenvolve indiretamente políticas de educação, assistência social e saúde que tenham potencial para reduzir a nível de violência.
Além dos dados da Quaest, as listas de pré-candidatos indicam a centralidade que o tema terá nas eleições municipais de outubro: o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), escolheu o coronel reformado e ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), Ricardo de Mello Araújo (PL), como seu vice após indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A pré-candidata Marina Helena (Novo) também anunciou um coronel reformado, Reynaldo Priell Neto, como vice-presidente. O ex-policial militar era chefe de gabinete e secretário adjunto da Secretaria Municipal de Segurança Pública.
Os discursos e propostas dos candidatos para lidar com o problema variam. José Luiz Datena (PSDB), jornalista que há duas décadas apresenta programa policial na Band, focou na infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no poder público. Recentemente, a Operação Fim da Linha apontou que duas empresas de ônibus estão ligadas e estariam lavando dinheiro criminoso para a facção.
“Quero ser prefeito para tirar o crime organizado da prefeitura e dos serviços públicos. O PCC não vai mais operar ônibus em São Paulo”, disse Datena nesta quinta-feira, em seu primeiro pronunciamento público após anunciar sua pré-candidatura.
Nunes também elevou o tom nesta quarta-feira, 26, ao comentar decisão judicial que impede o GCM de usar bombas, balas de borracha e atuar como policial em operações na Cracolândia, um dos símbolos do tráfico e uso de drogas na capital paulista . “A GCM não vai tratar com rosas quem ataca alguém”, declarou o prefeito, acrescentando que há traficantes que atuam na área e exercem influência sobre os usuários. “Se ele vier até nós, vai nos bater na testa”, concluiu.
Enrico Misasi (MDB), secretário de Relações Institucionais da atual gestão, diz que um dos norteadores da visão do prefeito é a integração com o governo do Estado, liderado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), que apoia a reeleição de Nunes.
“Com 20 mil câmeras espalhadas pela cidade, o sistema Smart Sampa agora integrará também Defesa Civil, GCM, PM e Polícia Civil. em prática pela Prefeitura de São Paulo em colaboração com o trabalho da Polícia”, disse.
Guilherme Boulos (PSOL) defende o aumento do efetivo do GCM em 5 mil agentes nos próximos quatro anos e o fortalecimento do policiamento de proximidade, especialmente no entorno das escolas. Ele, porém, afirma que a repressão e o policiamento ostensivo por si só não são suficientes e defende que a Prefeitura deve aumentar as ações de inteligência, como a fiscalização administrativa de estabelecimentos comerciais para evitar a circulação de dinheiro criminoso.
Boulos também quer implementar políticas sociais para reduzir a desigualdade e o que chama de “choque de limpeza”.
“Começando pelas áreas mais degradadas, e promovendo a ocupação do espaço público pelas pessoas. A criminalidade se instala com mais rapidez e facilidade em locais onde há um grande vazio nas políticas públicas. Infelizmente, é o que acontece hoje em São Paulo”, afirma. o pré-candidato do PSOL.
O empresário Pablo Marçal (PRTB) diz que sua proposta é aumentar o número de guardas municipais, aliado ao uso de tecnologia. Para isso, quer triplicar o investimento em segurança, aumentar o número de carros na frota da instituição, além de utilizar drones térmicos e alto-falantes.
“Quero traduzir a polícia dos EUA, essa polícia comunitária, que em Orlando atende pelo nome de xerife”, disse ele ao ser questionado sobre o tema em debate realizado pela Associação Pró-Centro nesta quinta-feira, 27. “Precisamos ter uma polícia com carros que sejam verdadeiros veículos blindados. Não há necessidade de ter dois vigilantes juntos. Colocar apenas um, transformar o veículo em escritório, onde ele tenha legalidade para atuar de forma administrativa e eficiente”, disse. adicionado.
Tabata Amaral (PSB) afirma que o papel da Prefeitura precisa ser de “articulação e gestão” e que o GMC estará mais presente nas ruas para fazer patrulhamento preventivo, além de prometer um programa “eficaz” de câmeras e iluminação pública.
“Além disso, cada Subprefeitura terá um Centro de Inteligência e Monitoramento, com a participação do GCM, da PM e da Polícia Civil para pensar estratégias conjuntas de redução da criminalidade. o povo de São Paulo quando eu for prefeita”, disse ela.
Marina Helena (Novo) também propõe aumentar os gastos com segurança, de 1% para 3% do orçamento da Prefeitura. O pré-candidato do Novo afirma que isso permitirá duplicar o efetivo e aproximar as guardas municipais da população. Atualmente, segundo ela, 30% dos agentes do GCM estão alocados em funções administrativas.
Ela também quer comprar câmeras com inteligência artificial para detectar comportamentos suspeitos e permitir que moradores, lojistas e proprietários possam destinar parte do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para melhorias no próprio bairro.
“A União da Santa Ifigênia, por exemplo, poderia contratar uma administradora parecida com a de um shopping para garantir segurança, limpeza e qualidade das calçadas. É o que acontece na Times Square (NYSE:), em Nova York, e em milhares de lojas. Cidades americanas”, diz Helena.
Confira as respostas dos pré-candidatos na íntegra:
Guilherme Boulos (PSOL) “A Prefeitura precisa retomar seu papel no debate de segurança. O comando da polícia é responsabilidade da União e dos estados, mas sabemos que os municípios têm dever e responsabilidade com essa questão, já que a criminalidade ocorre no território Além do fortalecimento do GCM, da expansão da sua capacidade operacional e da duplicação do quadro de pessoal do GCM, um dos focos será o policiamento de proximidade, especialmente em torno das escolas. Mas é preciso compreender que a segurança não se resume apenas à repressão e ao policiamento ostensivo. com ações que garantirão maior capacidade de atuação do GCM, atuaremos também em outras dimensões muito importantes nesta área e que são de responsabilidade da Prefeitura: atuar na inteligência, por meio de fiscalização administrativa de estabelecimentos comerciais para evitar que o dinheiro do crime circule na cidade; implementar políticas sociais que realmente reduzam as desigualdades; realizem um choque de limpeza, começando pelas áreas mais degradadas, e promovam a ocupação do espaço público pelas pessoas. A criminalidade se instala com mais rapidez e facilidade em locais onde há grande carência de políticas públicas. Infelizmente, esse é o caso de São Paulo hoje.”
Gestão Ricardo Nunes, por meio do secretário Enrico Misasi (MDB) “O cidadão quer que a Prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado trabalhem juntos no combate ao crime. A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) já aumentou o número de guardas municipais nas ruas, valorizou a corporação, e treinou e preparou nossos GCMs para irem além da prevenção de crimes urbanos, hoje, o sistema apoia e trabalha com as polícias estaduais (Militar e Civil Smart Sampa agora também integrará a Defesa Civil, GCM). , PM e Polícia Civil estarão todos no mesmo centro, monitorando de forma inteligente as ocorrências em tempo real. Esta é a ação mais importante já colocada em prática pela Prefeitura de São Paulo ao trabalho da Polícia. e o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) continuarão trabalhando juntos para que as pessoas possam caminhar com tranquilidade pelas ruas da cidade – do centro à periferia, em todas as regiões da capital”.
Tabata Amaral (PSB) “Sob minha gestão, a Prefeitura não fugirá de sua responsabilidade na área de segurança. O GCM estará mais presente nas ruas, assumindo um papel de patrulhamento preventivo. iluminação Além disso, toda a Câmara Municipal terá um Centro de Inteligência e Monitoramento, com a participação da GCM, da PM e da Polícia Civil para pensar estratégias conjuntas para reduzir a criminalidade. Andar pacificamente na rua é um direito que darei. voltar aos paulistanos quando eu for prefeito”.
Marina Helena (Nova) “Defendemos o aumento dos gastos atuais com segurança de míseros 1% para 3% do orçamento da Prefeitura. Esse aumento orçamentário servirá principalmente para duplicar o quadro de funcionários do GCM, que além de crescer, estará mais próximo da população. funcionários da GCM A GCM está em funções administrativas e muito do que está nas ruas está longe das pessoas, vigiando museus vazios. Queremos guardas nos terminais de ônibus e estações de metrô, nas creches durante a entrada e saída de crianças.
Defendemos a integração das câmeras municipais ao PM Copom, pois hoje os sistemas municipal e estadual quase não se comunicam entre si. Também propomos trazer câmeras de IA que detectem comportamentos suspeitos e relatem esse comportamento aos guardas para investigação.
Por fim, defendemos o modelo BIDs (Business Improvement Districts) para segurança. Nos BIDs, que têm feito muito sucesso no Canadá, na Inglaterra e nos Estados Unidos, moradores, lojistas e proprietários podem gastar parte do IPTU em melhorias no seu próprio bairro. A União da Santa Ifigênia, por exemplo, poderia contratar uma administradora semelhante à de um shopping para garantir segurança, limpeza e qualidade das calçadas. Isto é o que acontece na Times Square, em Nova York, e em milhares de cidades americanas”.
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