O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, participou nesta sexta-feira de sessão solene na Câmara para comemorar o dia do orgulho LGBTQIA+. Em sua fala, o ministro afirmou que “quem se preocupa com a família deve defender o público LGBTQIA+”.
— Quem realmente se preocupa com as famílias defende o público LGBTQIA+. Se não conseguirmos proteger as pessoas que simplesmente querem ser quem são e querem ter orgulho de quem são, não seremos capazes de proteger nenhum brasileiro. Não há projeto de país enquanto houver gente celebrando a violência contra esse segmento da população — afirmou o ministro.
Participaram da sessão deputados representantes da causa, como Erika Hilton (PSOL-SP), Duda Salabert (PSB-MG) e Daiana Santos (PCdoB-RS).
Silvio Almeida foi indicado pelo governo para tentar conter atritos com a ala mais conservadora do Congresso.
Ele tem atuado como interlocutor da bancada evangélica. O gesto surge num momento em que os líderes religiosos no Congresso aumentaram o tom dos seus ataques ao governo.
A hostilidade cresceu depois que a bancada evangélica perdeu força no debate de projetos da pauta aduaneira, algo inédito no atual Legislativo.
Deputados ligados a denominações tendem a ter penetração e influência em correntes e partidos centristas. Mas as críticas, especialmente ao projeto de lei que equipara o aborto ao homicídio, ganharam destaque no início do mês.
A última pesquisa Datafolha sobre a avaliação do governo federal mostra que o governo Lula tem seus piores índices entre os evangélicos.
Segundo a pesquisa, 44% desse segmento da população considera o governo ruim ou péssimo, resultado que se manteve estável em relação a março (43%), mas cresceu seis pontos percentuais em relação a dezembro (38). No geral, a avaliação negativa é de 31%, enquanto entre os católicos é de 25%.
Para reagir a esse cenário, Silvio Almeida, numa estratégia alinhada ao Planalto, se unirá a Jorge Messias (Procurador-Geral da União) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) na tentativa de criar pontes.
Macêdo recebeu pastores, assim como Messias, que nos últimos dois anos representou o governo na Marcha para Jesus em São Paulo. O ministro da AGU é evangélico da Igreja Batista.
— Estou conversando com organizações católicas e evangélicas. Recebo pastores e padres, e o (Alexandre) Padilha (Ministro de Relações Institucionais) tem dialogado com a bancada evangélica. (Jorge) Messias (procurador-geral da União) tem conversado com lideranças — disse Macêdo, em entrevista ao GLOBO.
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