Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – A cotação à vista subiu quase 1% no Brasil na manhã desta quarta-feira, em linha com o avanço geral da moeda norte-americana no exterior, com investidores ainda avaliando os dados do IPCA-15 e comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na área tributária.
Às 9h46, o dólar à vista subia 0,95%, a 5,5062 reais na venda. Na B3 (BVMF), o contrato de primeiro vencimento subiu 0,66%, a 5,4960 reais.
No exterior, a moeda norte-americana avançou contra moedas fortes, especialmente contra o , que atingiu o seu nível mais baixo desde 1986. Isto mantém os mercados cambiais alertas a qualquer sinal de intervenção das autoridades japonesas para impulsionar a sua moeda.
Às 9h48, o índice – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta ponderada de seis moedas – subia 0,27%, para 105,950.
No Brasil, o IBGE informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,39% em junho, ante alta de 0,44% no mês anterior. Uma pesquisa da Reuters com economistas estimou um aumento de 0,45 por cento no período.
Apesar do alívio mensal, a taxa nos 12 meses até junho aumentou 4,06%, ante 3,70% em maio. A expectativa era de 4,12%.
Apesar do câmbio pressionar o dólar na abertura, os investidores começaram a acompanhar a entrevista de Lula ao portal UOL. A cotação do dólar ganhou força na primeira hora de expediente após o presidente abordar a questão fiscal – um dos temas mais sensíveis para o mercado nas últimas semanas.
Entre outras coisas, Lula descartou a possibilidade de o governo desvincular pensões e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) da política de rendimento real do salário mínimo.
“Garanto que o salário mínimo não será alterado enquanto eu for presidente da República”, afirmou. “Não posso penalizar quem ganha menos.”
Em discursos recentes, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vinha defendendo a proposta de desindexação do salário mínimo da Previdência Social.
Na entrevista, Lula também discutiu a possibilidade do diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, substituir Campos Neto a partir de 2025. Lula classificou Galípolo como um “camarada” preparado, mas disse que ainda não pensa na sucessão de Campos Neto no BC – – outro tema bastante sensível para o mercado.
Na terça-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,4545 reais na venda, alta de 1,19%.
Nesta sessão, o Banco Central leiloará até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento 1º de agosto de 2024.
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