O dólar avançou nesta quinta-feira, 20, apoiado na postura paciente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), que quer ter mais certeza sobre a situação da inflação antes de cortar os juros, e também com dados dos Estados Unidos no radar. Neste contexto, o iene regressou a níveis mais fracos e a libra caiu num dia de decisão do Banco de Inglaterra (BoE), que manteve as taxas de juro, mas sinalizou aos analistas que poderá reduzi-las em breve, potencialmente em agosto. Entre os mercados emergentes, o sector fortaleceu-se depois de a presidente eleita Claudia Sheinbaum ter anunciado alguns nomes para o seu futuro gabinete, incluindo o Secretário da Economia.
No final da tarde em Nova York, o dólar subiu para 158,91, caiu para US$ 1,0711 e a libra caiu para US$ 1,2667. O índice, que mede o dólar frente a uma cesta de moedas fortes, registrou alta de 0,32%, aos 105.588 pontos.
Na Ásia, o Vice-Ministro das Finanças para Assuntos Internacionais do Japão, Masato Kanda, avaliou a intervenção cambial como eficaz na resposta às flutuações monetárias excessivas. Disse que existem fundos ilimitados para tomar as medidas necessárias e acrescentou que o governo continuará a responder com firmeza às flutuações excessivas no futuro. Hoje, porém, o iene regressou aos níveis observados quando o Banco do Japão (BoJ) começou a intervir no mercado cambial.
Na China, o Banco Popular da China (PBoC) fixou a taxa de câmbio oficial em 7,1192 yuans por dólar, no nível mais alto desde novembro do ano passado, com o avanço diário máximo em dois meses, o que indicava relaxamento no controle cambial.
O BBH acredita que o PBoC deve continuar a permitir que a moeda recue gradualmente, evitando grandes mudanças na moeda que possam encorajar a fuga de capitais e uma maior fraqueza da moeda.
Na Europa, o BoE manteve a taxa básica de juros em 5,25%, pela sétima vez consecutiva, como esperado, e disse que a política monetária precisa permanecer em um nível restritivo por “um longo período de tempo”, além de destacar que as novas projeções em agosto permitirão avaliar o grau de persistência da inflação. Na avaliação do ING, o BC britânico sinaliza corte nos juros em agosto.
O Rabobank concorda, mas acrescenta que não espera alteração para setembro, enquanto o Berenberg também apostava em agosto para o primeiro corte, mas admitiu que o BoE não deu uma indicação concreta da data para o início do relaxamento monetário.
A libra ficou sob pressão após a decisão do BoE. Neste contexto, o dólar, que já estava em alta, manteve o seu dinamismo. O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que a trajetória das taxas de juros dependerá dos dados e observou que o retorno da inflação à meta de 2% levará algum tempo, embora também esteja confiante nisso.
Entre os mercados emergentes, o peso mexicano ganhou impulso após os anúncios de Claudia Sheinbaum. A presidente eleita confirmou os primeiros seis membros de seu gabinete que assumirá em outubro, incluindo o ex-chanceler Marcelo Ebrard, que agora chefiará a Secretaria de Economia. Na época citada, o dólar caiu para 18,3724 pesos.
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