Eneva prevê lançar follow on de até R$4,2 bi ainda neste mês, diz CEO Por Reuters

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Eneva (BVMF:) planeja lançar uma oferta pública subsequente de novas ações ordinárias (“follow on”) de até 4,2 bilhões de reais este mês, como parte de acordos anunciados em julho com o BTG Pactual ( BVMF:), seu principal acionista, disse o presidente Lino Cançado.

O negócio inclui a aquisição pela Eneva de usinas termelétricas do BTG, em operação que fará da empresa a plataforma do banco para atuação em geração de energia e.

A expectativa da Eneva é que a precificação do “follow on” ocorra na primeira quinzena do próximo mês e o “fechamento” de toda a operação até o final de outubro, trazendo maior impulso para a Eneva realizar investimentos e até avaliar oportunidades de aquisição , segundo Cançado.

“Os documentos de transação e aquisição do portfólio térmico já foram todos assinados e, agora, segue-se a última condição precedente”, afirmou Cançado, à margem do congresso ROG.e oil and gas.

“Até o final de outubro, com certeza, tudo estará concluído.”

De acordo com o anúncio de julho, os acionistas da empresa, como BTG (23,3%), Cambuhy Investimentos (20%) e Partners Alpha (15%), terão prioridade na subscrição de todas as novas ações no “follow on”. .

O executivo destacou que, com a operação, a Eneva terá um acionista controlador mais próximo, com a intenção de explorar a capacidade da plataforma da empresa para capturar oportunidades seja no mercado de eletricidade, gás ou geração de energia.

Entre as oportunidades de investimento, Cançado reiterou que a operação tornará a empresa mais competitiva para participar no leilão de reserva de capacidade, que está a ser preparado pelo governo, mas ainda não há data definida.

Na ocasião, a empresa espera conquistar contratos para ampliar a capacidade da termelétrica Celse em seu Hub Sergipe, além de recontratar as termelétricas Parnaíba I e Parnaíba III, cujos contratos expiram no final de 2027, conforme a empresa anteriormente disse. Há também planos de recontratações e possíveis pequenos projetos de expansão de plantas pertencentes ao BTG.

A licitação, que deverá gerar oportunidades para geradores termelétricos e hidrelétricos, estava originalmente prevista para acontecer em agosto, mas o Ministério de Minas e Energia ainda não publicou as regras finais e cronograma atualizado.

LEILÃO DE CAPACIDADE

Cançado destacou que o atraso na definição da data do leilão afeta o cenário elétrico a partir de 2028, segundo estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

“Se houver leilão no final do ano, para uma térmica entrar em 1º de janeiro de 2028, você só tem três anos. Três anos já é o limite do que é preciso para colocar um projeto, considerando que você já ter contrato com fornecedor de equipamentos… licença ambiental pronta, acesso a financiamento”, afirmou.

“Se alguém ganhar um leilão como esse, com três anos para implementar, e não tiver nada disso… não entregará em três anos.”

Também no evento, o diretor de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva, Marcelo Cruz Lopes, disse à Reuters que acredita que ainda há tempo para realizar um leilão este ano, caso o governo opte por seguir um modelo de competição já realizado anteriormente, o o que traria mais agilidade.

“O sistema precisa de energia agora, imagine em 2028. E se não o fizermos logo, enfrentaremos um problema.”

O Brasil vem enfrentando uma grave seca que afetou o potencial de geração hidrelétrica, resultando em custos mais elevados para os consumidores.

Lopes acrescentou que o país vive atualmente “uma grande necessidade de despacho adicional, o sistema vive mais um momento de estresse”.

Segundo ele, a empresa está com seu parque térmico em Parnaíba ligado desde agosto, enquanto as usinas a carvão da empresa foram acionadas há cerca de duas semanas, atendendo a solicitação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A partir da próxima semana, Lopes afirmou que sua termelétrica Celse, em Sergipe, estará disponível caso seja ativada.

(Por Marta Nogueira)