Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – A moeda fechou a quarta-feira em leve alta frente ao real, influenciada pelo avanço firme da moeda norte-americana no exterior, em dia também marcado por dados favoráveis de inflação divulgados no Brasil.
A moeda norte-americana à vista fechou com leve alta de 0,29%, cotada a 5,4774 reais. Em setembro, porém, o dólar acumulou queda de 2,82%.
Às 17h05, na B3 (BVMF:) o contrato de primeiro vencimento subia 0,39%, a 5,4755 reais na venda.
Logo na abertura da sessão, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,13% em setembro, após subir 0,19% em agosto. O percentual ficou abaixo das projeções de pesquisa da Reuters, que tinha mediana de 0,3% e variação de 0,21% a 0,32%.
Considerado uma espécie de prévia da inflação oficial, o IPCA-15 foi bem recebido pelo mercado. Os economistas destacaram números mais favoráveis nos serviços e nos núcleos do IPCA-15, embora permaneçam as preocupações para os próximos meses, que tendem a trazer maior pressão sobre os preços.
Em reação, as taxas DI registraram os menores níveis do dia logo após a divulgação do IPCA-15, em meio à percepção de que o Banco Central pode não precisar elevar a Selic tanto quanto originalmente esperado.
O dólar, que logo após a divulgação do indicador marcou a mínima do dia, ganhou força logo em seguida, à medida que os investidores consideravam os dados. Além do IPCA-15, os negócios foram influenciados pelo avanço constante da moeda norte-americana no exterior.
Nesse cenário, após atingir mínima de 5,4407 reais (-0,38%) às 9h04, o dólar à vista subiu para máxima de 5,4979 reais (+0,67%) às 12h18.
Profissionais ouvidos pela Reuters consideraram nos últimos dias que depois do Banco Central ter elevado a Selic em 25 pontos-base, para 10,75% ao ano, com o Federal Reserve cortando os juros em 50 pontos-base, para a faixa de 4,75% a 5,00 %, haveria espaço para o dólar cair para níveis mais baixos, próximos de 5,40 reais ou menos.
No entanto, as preocupações com o equilíbrio fiscal do governo – que justificou o avanço constante do dólar na sexta e na segunda-feira – serviram como barreira a uma queda maior da moeda norte-americana.
No exterior, ao final da tarde o dólar continuou a subir face à maioria das outras moedas. Às 17h27, o índice – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas – subia 0,73%, para 100,960.
Pela manhã, o BC vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional oferecidos em leilão para rolarem para o vencimento em 1º de novembro de 2024.
Ainda pela manhã, o BC informou que o Brasil teve déficit em conta corrente de 6,589 bilhões de dólares em agosto, sendo que o déficit acumulado em 12 meses totalizou o equivalente a 1,75% do Produto Interno Bruto. Os investimentos diretos no país atingiram 6,104 bilhões de dólares.
(Por Fabrício de CastroEdição de Pedro Fonseca)
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