Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) – A moeda subiu mais de 1% em relação ao real nesta sexta-feira, a caminho de quebrar uma seqüência de sete sessões consecutivas de perdas, à medida que os investidores nacionais ajustavam suas posições diante de uma moeda norte-americana mais forte no exterior.
Às 11h01, o dólar à vista subia 1,12%, a 5,4820 reais na venda. Na B3 (BVMF), o contrato de primeiro vencimento subiu 1,11%, a 5,488 reais na venda.
Nesta sessão, os investidores ajustaram suas posições após uma semana marcada pelo dólar mais fraco em meio ao início do ciclo de flexibilização monetária do Federal Reserve, com corte de 50 pontos-base nas taxas de juros, e aumento da taxa Selic em 25 pontos. .
A perspectiva, e depois a confirmação, do aumento do diferencial de juros entre Estados Unidos e Brasil nesta semana fez com que a moeda norte-americana acumulasse perdas frente ao real, caindo mais de 2% até o fechamento desta quinta-feira e atingindo seu menor preço em um mês.
Mas o ímpeto da moeda brasileira pareceu esgotar-se esta sexta-feira, à medida que os investidores ajustaram as suas posições e reagiram à maior valorização do dólar no exterior.
“Vimos dois dias seguidos de apetite ao risco muito elevado após a decisão do Fed… então hoje há sempre a possibilidade dessa correção técnica”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
No exterior, a moeda norte-americana recuperou algumas das perdas após sessões marcadas pela decisão do Fed.
Sem dados económicos importantes para gerar pressão, o dólar recebeu um ligeiro impulso a partir da decisão de política monetária do Banco do Japão, que decidiu manter a sua taxa de curto prazo em 0,25% e sinalizou maior paciência em voltar a aumentar as taxas de juro.
Como resultado, a maior parte da força da moeda dos EUA no exterior veio da sua relação com o iene. O dólar subia 1,1% em relação ao dólar, a 144,19.
O – que mede o desempenho da moeda dos EUA em relação a uma cesta de seis moedas – subiu 0,24%, para 100,910.
“A euforia pós-Fed está a desvanecer-se, especialmente em relação aos activos de risco que se valorizaram após a Super Quarta-feira. Em qualquer caso, acreditamos que um cenário global mais construtivo e o alargamento do diferencial de taxas de juro serão cruciais para determinar o caminho de menor resistência porque o dólar está em baixa”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank
Nos mercados emergentes, o dólar ainda foi favorecido pelos preços mais fracos das commodities nesta sessão, incluindo e , o que prejudica países exportadores de matérias-primas como o Brasil.
As matérias-primas têm sofrido com o contínuo agravamento das perspectivas económicas da China, o maior importador de matérias-primas do planeta, que enfrenta uma crise de procura interna.
O dólar subiu em relação ao dólar e ao peso colombiano e permaneceu estável em relação ao dólar.
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