Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – A taxa à vista fechou em leve baixa nesta segunda-feira no Brasil, apesar do avanço quase generalizado da moeda norte-americana no exterior, com o real sendo impulsionado pela expectativa de que o diferencial da taxa de juros se torne mais favorável ao país com o corte da taxa de juros pelo Banco Central, na próxima semana.
O dólar à vista fechou com leve queda de 0,14%, cotado a 5,5817 reais. Em setembro, a moeda acumulou queda de 0,97%.
Às 17h10, na B3 (BVMF), o dólar referente a outubro – atualmente o mais líquido do mercado brasileiro – caía 0,41%, a 5,5930 reais.
A moeda norte-americana começou o dia no Brasil em forte alta frente ao real, acompanhando o avanço da moeda norte-americana também no exterior, em meio a expectativas de que o Federal Reserve inicie a flexibilização monetária na próxima semana de forma gradual, cortando os juros em 25 pontos base.
Os fracos dados económicos do Japão e da China também pesaram sobre a moeda e as moedas dos exportadores de matérias-primas, favorecendo o dólar.
Nesse cenário, o dólar à vista atingiu sua cotação máxima de 5,6415 reais (+0,93%) às 9h55, ainda no primeiro horário de funcionamento.
No restante da sessão, porém, o dólar perdeu força frente ao real, refletindo a perspectiva de um diferencial de taxas de juros favorável ao Brasil no futuro próximo.
Enquanto a curva de juros brasileira precificava um aumento de 25 pontos base na Selic pelo BC, a curva norte-americana refletia a perspectiva de um corte de 25 pontos base por parte do Fed, ambos na próxima semana. Atualmente a Selic está em 10,50% ao ano, enquanto a taxa básica norte-americana está na faixa de 5,25% a 5,50%.
Pela manhã, o boletim Focus do Banco Central indicava que a mediana da projeção do mercado para a Selic ao final de 2024 passou de 10,50% para 11,25% ao ano. Na prática, a mudança representa a perspectiva de três altas de 25 pontos-base na Selic ainda este ano – em setembro, novembro e dezembro.
“Essa projeção do Focus consolidou a visão de que o carry será mais robusto no câmbio. Com isso, a moeda (real) ganha mais proteção aqui, porque fica mais caro apostar contra o real”, comentou Nicolas Borsoi, economista-chefe na Nova Futuro.
Assim, o dólar à vista atingiu a cotação mínima de 5,5755 reais (-0,25%) às 14h32, apesar de, no exterior, a moeda norte-americana continuar a sustentar ganhos face à maioria das outras moedas.
Às 17h09, o índice – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas – subia 0,40%, para 101,600.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional oferecidos em leilão para rolagem do vencimento em 1º de novembro de 2024.
(Edição de Isabel Versiani)
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