RIO DE JANEIRO (Reuters) – A distribuidora de combustíveis Copape, que recentemente teve sua licença de operação cassada pela agência reguladora ANP, é um “braço operacional” do Primeiro Comando da Capital (PCC), disse nesta quinta-feira o presidente do Instituto Combustível Legal (ICL). ), Emerson Kapaz.
“A ANP revogou historicamente a operação do Copape, que é o braço operacional do PCC, que é o braço operacional do crime organizado no setor de combustíveis, com medida cautelar”, disse Kapaz, que participou de reunião com investidores realizada pela Vibra Energia (BVMF:).
Ainda segundo o presidente da ICL, com a inatividade da Copape, “10% do mercado paulista está fora de operação por conta de adulteração, PCC, crime organizado, falsificação”.
“O PCC, no setor (de combustíveis), também foi uma luta oculta antes. A LCI, pela primeira vez, colocou a cara para dizer ‘o crime organizado no setor de combustíveis tem que ser combatido’. isso”, disse Kapaz, acrescentando que o crime organizado está presente noutros sectores e “entrando na economia”.
Em nota publicada em seu site, a Copape afirma que as informações contidas em matérias jornalísticas que associam a empresa a organizações criminosas, como o PCC, são “mentiras”. Segundo a empresa, não é alvo de investigações do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP).
“Todas essas afirmações são mentiras e resultam de uma estratégia maliciosa de guerra comercial, que foi arquitetada pelos concorrentes para criar obstáculos às nossas atividades, envolvendo a Copape e seus controladores com suspeita, para bani-los dos mercados”, afirma a nota da Copape.
A Copape disse ainda que irá, “diante desta vergonhosa inversão da presunção de inocência, procurar espontânea e ativamente as autoridades de controle do Estado para fornecer provas da legalidade de suas atividades, da origem e do destino dos recursos que movimenta, bem como bem como a honestidade e idoneidade dos seus colaboradores”.
A Vibra Energia está investindo recursos no combate ao crime no setor de combustíveis e calcula que o fim das irregularidades no segmento permitiria um retorno de 13 bilhões de litros por ano ao mercado formal no Brasil, disseram executivos da empresa nesta quinta-feira.
O volume de combustível apropriado pelo crime foi calculado pela Vibra – antiga BR Distribuidora e maior distribuidora do Brasil – em conjunto com a consultoria McKinsey.
A denúncia sobre o envolvimento do crime organizado no mercado de combustíveis ocorre paralelamente às investigações sobre a possível relação da facção criminosa nas queimadas em canaviais no Estado de São Paulo, na semana passada.
Um dos seis homens presos sob suspeita de atear fogo em canaviais e florestas no Estado de São Paulo informou ser integrante de uma facção criminosa, informou a Secretaria de Segurança Pública em nota na última terça-feira.
(Por Marta Nogueira)
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