Por Ricardo Brito e Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) – A Polícia Federal lançou nesta quarta-feira uma operação que investiga o papel dos bancos BS2 e Rendimento em um esquema para movimentar 7,5 bilhões de reais para contas clandestinas, disseram à Reuters quatro fontes familiarizadas com o assunto.
Segundo duas dessas fontes, os bancos funcionavam como “hospedeiros” de contas bolsonas que eram abertas por meio de duas fintechs campineiras que não tinham autorização do Banco Central para funcionar: T10bank e I9 pay (InoveBanco).
Os bancos BS2 e Rendimento afirmaram em comunicados que estão a cooperar com as investigações e que actuam dentro da regulamentação em vigor.
“O Banco BS2 informa que está colaborando no fornecimento de informações à Polícia Federal e à Receita Federal sobre as movimentações financeiras de um cliente. Estamos prestando todos os esclarecimentos solicitados pelas autoridades competentes e reafirmando nossas ações de acordo com a regulamentação vigente”, afirmou a instituição que foi inicialmente identificado pela PF pelo antigo nome, Banco Bonsucesso.
Rendimento comentou que atualmente não presta mais serviços à fintech T10bank e que “segue todas as regulamentações do Banco Central e órgãos competentes” e que “desde o início do relacionamento com o T10bank foram realizadas todas as avaliações recomendadas”.
Por sua vez, o Inove afirmou que “nega veementemente ter qualquer relação com os fatos mencionados pelas autoridades policiais e divulgados pela imprensa”. A empresa acrescentou que ainda não teve acesso total ao conteúdo da investigação e que está “totalmente disposta a colaborar com as investigações”.
Contactado, o T10bank não respondeu.
Em nota, a PF afirmou que a operação, chamada de Concierge, buscava desmantelar uma organização criminosa que oferecia, por meio de fintechs, contas clandestinas que permitiam transações financeiras dentro do sistema bancário oficial, mas de forma oculta.
As contas das duas fintechs, segundo a PF, foram utilizadas por “facções criminosas, empresas com dívidas trabalhistas e tributárias, entre outros fins ilícitos”.
“As contas foram anunciadas como contas garantidas porque eram ‘invisíveis’ ao sistema financeiro e blindadas contra ordens de bloqueio, apreensão e rastreamento, operando através de contas de bolso, sem ligação entre remetentes e destinatários e sem ligação entre correntistas e bancos hospedeiros” , acrescentou a corporação.
Outro esquema ilegal investigado, segundo a PF, foi a utilização de meios de pagamento com máquinas de cartão de crédito em nome de empresas de fachada – não vinculadas a usuários reais –, que permitiam lavagem de dinheiro e pagamento de atos ilícitos de forma oculta.
A Justiça Federal em Campinas determinou a execução de 10 mandados de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 60 de busca e apreensão, em endereços nos estados de São Paulo e Minas Gerais, incluindo sedes dos bancos anfitriões, que “não notificaram Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) sobre transações suspeitas”, disse a PF.
Além disso, foi decretada a suspensão das atividades de 194 empresas utilizadas pela organização criminosa para ocultar operações e o bloqueio de 850 milhões de reais em contas vinculadas ao esquema.
Os investigados responderão pelos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, operação de instituição financeira não autorizada, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crimes contra o sistema tributário e organização criminosa, acrescentou a PF.
(Com reportagem adicional de Paula Arend Laier, edição de Alberto Alerigi Jr. e Alexandre Caverni)
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