Por Fabrício de Castro
SÃO PAULO (Reuters) – As taxas de curto prazo do DI fecharam em baixa nesta terça-feira, com investidores reduzindo as apostas de que o Banco Central aumentará a taxa em setembro, após declarações consideradas mais brandas do presidente da Câmara, Roberto Campos Neto, sobre política monetária.
Com a queda das taxas curtas no Brasil, as taxas longas tiveram aumentos firmes, de 10 pontos base em alguns vencimentos, num movimento de inclinação da curva forward.
No final da tarde, a taxa DI para janeiro de 2025 – que reflete a política monetária no curtíssimo prazo – estava em 10,795%, queda de 4 pontos base em relação ao ajuste anterior de 10,839%. A taxa DI para janeiro de 2026 foi de 11,515%, queda de 4 pontos-base ante 11,554%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 foi de 11,48%, alta de 10 pontos-base ante 11,383%, e o contrato de janeiro de 2033 teve taxa de 11,46%, alta de 10 pontos-base ante 11,361%.
Uma entrevista de Campos Neto ao jornal O Globo influenciou os negócios com os DIs desde o início da sessão. Nele, Campos Neto repetiu mensagem recente de autoridades do BC de que o município aumentará a taxa Selic se necessário, mas considerou que o cenário internacional melhorou.
Campos Neto disse ainda, segundo O Globo, que os economistas não prevêem subida das taxas de juro para 2024, mas o mercado sim, acrescentando que é preciso estar “calmo” e “cauteloso” em tempos de volatilidade.
Os comentários do presidente do BC, segundo profissionais ouvidos pela Reuters, reduziram a expectativa de alta da Selic em setembro.
“Nas últimas semanas, aumentou a expectativa de alta da taxa Selic, e isso está se tornando uma profecia autorrealizável, porque foi colocado na curva que a taxa seria elevada”, comentou Matheus Spiess, analista da Empiricus Research . “Mas Campos Neto deixou a porta aberta. Há muita informação a ser obtida até a próxima reunião”, acrescentou.
A percepção de uma postura mais branda por parte de Campos Neto fez com que a taxa DI de janeiro de 2025 – que nas sessões anteriores permanecia em patamares elevados – atingisse mínimo de 10,78% às 9h29, ainda na primeira meia hora de funcionamento, caiu 6 pontos base. O movimento refletiu a redução nas apostas de que o BC será obrigado a aumentar a taxa Selic em setembro, conforme o mercado vem precificando.
“Campos Neto e (o diretor de Política Monetária, Gabriel) Galípolo criaram um problema quando fizeram declarações nas últimas semanas de que poderiam aumentar a taxa Selic se fosse necessário. O mercado comprou esta tese, mas nem todos os economistas a seguiram”, disse Spiess.
Como a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central acontece daqui a um mês, nos dias 17 e 18 de setembro, a percepção de alguns analistas é de que ainda daria tempo para a autoridade corrigir qualquer exagero no aumento de preços da Selic. Porém, tudo dependerá dos dados que serão divulgados.
“Se precisarmos aumentar os juros, vamos aumentar os juros, decidimos não dar ‘guidance’ (guidance), entendemos que o Banco Central ficará ‘dependente de dados’”, disse Campos Neto em evento do BTG Pactual ( BVMF 🙂 em São Paulo, também nesta terça, acrescentando que o BC não “olhará tanto” para ruídos e volatilidade momentâneos.
“Nada mudou (na mensagem do BC), desde então tivemos dados um pouco mais fortes localmente, muita volatilidade lá fora, com um cenário que acho que hoje lá fora é melhor do que era antes”, disse.
Na esteira das declarações de Campos Neto, próximo ao fechamento da curva a termo brasileira precificou-se em 76% de probabilidade de alta de 25 pontos base da Selic em setembro e 24% de chance de manutenção em 10,50% ao ano. Na véspera, os preços reflectiam uma postura muito mais agressiva (dura com a inflação): 90% para um aumento de 25 pontos base e 10% para um aumento de 50 pontos base.
A queda das taxas DI de curto prazo nesta terça fez com que a curva se inclinasse, com as taxas longas apresentando ganhos firmes. Por trás disso está a percepção de que, se a taxa Selic não subir no curto prazo, o BC precisará fazê-lo posteriormente.
O movimento no Brasil foi contra a tendência externa, onde os rendimentos dos Treasuries caíram ao longo de toda a curva, com os investidores aguardando a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, na quarta-feira, e o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira.
Às 16h39, o índice de referência global para decisões de investimento caía 5 pontos base, para 3,814%.
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