Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) – A moeda subiu em relação ao real nesta quarta-feira, contra a tendência externa, com investidores demonstrando aversão ao risco enquanto aguardam decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, analisam o anúncio do Banco do Japão sobre aumento de juros e participam na disputa pela Ptax.
Às 9h43, o dólar à vista subia 0,84%, a 5,6671 reais na venda. Na B3 (BVMF), contrato de primeiro vencimento avançou 0,78%, a 5,6535 reais na venda
Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,6197 reais na venda, leve queda de 0,10%.
Na sessão desta quarta, as decisões sobre taxas de juros em todo o mundo devem permear os negócios, à medida que os agentes financeiros buscam sinais sobre o futuro da política monetária e o impacto nos ativos brasileiros.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central encerra nesta quarta-feira sua reunião de dois dias, com o anúncio de sua decisão sobre a Selic às 18h30. A expectativa dos economistas é que a taxa básica de juros seja mantida no patamar de 10,50% ao ano pela segunda vez consecutiva e as atenções estarão voltadas para o que as autoridades expressarão no comunicado que acompanha a decisão.
A Reserva Federal também divulgará a sua decisão de política monetária na quarta-feira e a expectativa é que o banco central dos EUA mantenha a sua taxa de juro na faixa de 5,25% a 5,50%, com os analistas igualmente focados no que as autoridades sinalizarão sobre o futuro. .
As apostas do mercado para um corte nas taxas de juro dos EUA em Setembro têm crescido, com possibilidade de nova redução até ao final do ano.
“Se a queda dos juros começar aí, acaba trazendo algum alívio para o nosso câmbio”, disse Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
“(Isso cria) uma certa expectativa de que o nosso Banco Central também tenha mais espaço para continuar com o ciclo de queda dos juros em algum momento”, acrescentou.
Na manhã de quarta-feira, o Banco do Japão, outro banco central observado de perto pelos mercados, decidiu aumentar a sua taxa de juro de referência para 0,25%, de 0%-0,1%, numa votação de 7 a 2, contrariando a projeção de muitos analistas de mercado. , que esperava que o nível anterior fosse mantido.
As especulações sobre um aperto monetário no país aumentaram o valor do iene na semana passada, com os investidores fechando apostas contra o . Este movimento gerou pressão sobre as moedas dos mercados emergentes.
O iene fortaleceu-se novamente nesta sessão. O dólar caiu 1,75% frente à moeda japonesa, a 150,08.
Contudo, o desempenho do dólar nos mercados emergentes foi misto, com a moeda norte-americana a cair face ao eo e a subir face ao .
Outro elemento que pode influenciar mais intensamente os negócios nesta sessão é a disputa entre longs (investidores que apostam em preços altos) e shorts (posicionados em baixa) pela formação da taxa Ptax de final de mês.
Taxa de câmbio calculada pelo BC com base nas cotações do mercado spot, a Ptax serve de referência para liquidação de contratos futuros. A taxa de final de mês também será definida na quarta-feira.
Os mercados também deverão estar atentos ao desempenho dos preços das matérias-primas, especialmente, na sequência do surgimento de novas tensões no Médio Oriente com o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, na madrugada de quarta-feira no Irão.
O – que mede o desempenho da moeda dos EUA em relação a uma cesta de seis moedas – caiu 0,43%, para 104.000.
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