Por Marta Nogueira
ARACAJU, Sergipe (Reuters) – A TAG planeja começar a operar em outubro o novo trecho da rede que ligará a maior rede de gasodutos do país ao terminal de armazenamento e regaseificação de GNL liquefeito da Eneva (BVMF), no litoral de Sergipe , disse o CEO da transportadora de gás, Gustavo Labanca, à Reuters.
Com investimentos de 350 milhões de reais, o novo trecho terá 25 km de extensão e capacidade máxima de transporte de 14 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) de GNL, permitindo novas fontes de abastecimento à rede integrada de transporte da matéria-prima . país, com maior flexibilidade e segurança para o abastecimento nacional, destacou.
A TAG, que atualmente tem como acionistas a francesa Engie (BVMF:) e o fundo canadense CDPQ, foi vendida pela Petrobras (BVMF:) em 2019.
A entrega do projeto é considerada um marco pelas empresas, já que a Eneva terá o primeiro terminal privado de GNL conectado à rede de transporte de gás do país – a Petrobras é proprietária das demais unidades.
“Achamos emblemático que você pegue 14 milhões de metros cúbicos, conecte à rede de transporte e ofereça esse gás ao Brasil”, disse Labanca, após participar de cerimônia na cidade de Sergipe nesta terça-feira para comemorar a reta final do obras do empreendimento.
Após a conclusão das obras, o projeto ainda necessita de licença ambiental estadual e autorização de funcionamento da ANP, órgão regulador do setor de gás, considerou o executivo.
“E estamos felizes em ter a Eneva como parceira, como cliente, porque eles atuam no mercado de gás.”
A nova capacidade representa cerca de 10% de toda a produção de gás natural no Brasil, considerando os dados mais recentes do regulador ANP, publicados em maio, sendo que mais da metade do volume de gás produzido no país está sendo reinjetado em campos brasileiros, como parte da atividade exploratória.
Localizado na região metropolitana de Aracaju, o chamado Hub Sergipe da Eneva conta com uma unidade flutuante de armazenamento e regaseificação de gás natural (FSRU) com capacidade de 21 milhões de m³/d e a termelétrica Celse, com capacidade de geração de 1,6 GW , que consome cerca de 6 milhões de m³/d.
Devido ao projeto, a Eneva avançou para fechar novos acordos de fornecimento de GNL importado e atualmente vê espaço para negociar um fornecimento extra de até 10 milhões de m³/d para novos clientes, reiterou nesta terça-feira o presidente da energética, Lino Cançado, ao Reuters.
A Eneva também espera ampliar a capacidade da Celse, que agora também utilizará o gás nacional como alternativa devido à ligação.
Em junho, a Eneva já havia anunciado contrato estimado em 1,2 bilhão de reais para fornecimento de até 1,07 milhão de m³/d de GNL do hub para a termelétrica Linhares Geração, no Espírito Santo.
O projeto surge depois que a Petrobras vendeu vários ativos de transporte e distribuição de gás no Brasil nos últimos anos. A ideia dos governos anteriores era aumentar o número de players do setor, impulsionar os investimentos e permitir reduções de preços.
INVESTIMENTOS
Labanca reiterou ainda que a TAG tem perspectivas de investir cerca de 5 mil milhões de reais entre 2024 e 2028, sendo 57% destinados a novas oportunidades de expansão da infra-estrutura existente e o restante para actualização tecnológica, manutenção e integridade de activos.
O valor considera projetos já aprovados pela diretoria da empresa, disse Labanca, considerando que a TAG mapeou um pipeline total de projetos que totaliza aproximadamente 30 bilhões de reais, considerando projetos ainda em estudo ou que dependem de diversos tipos de aprovações para serem viabilizados.
(Por Marta Nogueira)
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