Anunciado em 2023, o acordo para produção de peças entre a varejista chinesa Shein e a Coteminas (BVMF:) não saiu do papel. Entre os agentes afetados pela parceria frustrada estão empresas de costura localizadas no interior do Rio Grande do Norte.
A Coteminas havia firmado contratos de prestação de serviços com pequenas e médias empresas especializadas em tecidos de costura. A ideia era que os tecidos fossem enviados para costureiras e devolvidos para venda na Shein.
Ó Poder360 constatou que o contrato estipulava que os fornecedores receberiam aproximadamente R$ 0,60 por minuto de produção. Esperava-se que fossem costuradas aproximadamente 20.000 peças por dia. Também ficou estabelecido que os custos de logística e transporte das peças seriam integralmente pagos pela Coteminas.
Os empresários proprietários das costureiras viam a produção da Shein como uma forma de expandir e diversificar fornecedores. Essas empresas têm acordos de costura com varejistas nacionais, como a Guararapes (BVMF:), e um vínculo com a Shein daria mais segurança em caso de problemas internos no setor.
Havia também a expectativa de criação de empregos e crescimento de vendas. Os prestadores de serviços de costura no Rio Grande do Norte inicialmente contratados pela Coteminas são empresas de pequeno e médio porte, com entre 50 e 150 funcionários.
As únicas roupas que foram produzidas para Shein foram as chamadas “peças piloto”, que serviram de teste de vendas. A maioria deles foi costurada em tecido jeans – jaquetas, macacões, macacões e calças.
Interlocutores dizem que as propostas não foram adiante por problemas ligados a processos finais, como a lavagem, por parte da Coteminas.
O ACORDO
A parceria entre Shein e a empresa gaúcha foi anunciada em abril de 2023.
Na época, a Springs Global (BVMF), empresa controlada pela empresa mineira, disse que o acordo tinha os seguintes objetivos:
- “esforço conjunto” que 2 mil fabricantes de roupas se tornem fornecedores da Shein para atender o mercado brasileiro e a América Latina;
- financiamento para financiar obras;
- contrato de exportação de produtos domésticos.
Os resultados esperados não foram observados. De abril de 2023 até o fechamento de sexta-feira (19.jul.2024), as ações do negócio caíram 21,5%. Em maio, houve pedido de recuperação judicial – processo judicial que permite a reestruturação de dívidas e operações para evitar a falência e manter as atividades.
Nesse mesmo dia, Shein havia enviado uma carta ao ministro Fernando Haddad (Finanças) com promessas de investimentos e nacionalização de atividades. Ele disse que iria “aumentar a competitividade das fábricas têxteis brasileiras”.
A varejista chinesa disse que criaria 100 mil empregos em 3 anos e estabeleceria parcerias com 2 mil fabricantes brasileiros.
O anúncio ocorreu durante as declarações iniciais do Ministério da Fazenda sobre a tributação das importações abaixo de US$ 50, as chamadas “shopping”. O setor varejista brasileiro se posicionou a favor da arrecadação de impostos.
O Congresso aprovou um imposto federal de 20% sobre esses produtos em junho, após discussões que duraram mais de um ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou o texto.
OUTRO LADO
Ó Poder360 Ele entrou em contato por e-mail com o departamento de comunicação da Shein para perguntar se gostaria de comentar a estagnação do acordo com a Coteminas. A empresa chinesa disse que era “comprometidos com o processo de nacionalização anunciado em 2023 por meio de sólida atuação local, mercado, produção brasileira e geração de empregos”.
Sobre a questão das empresas terceirizadas, Shein disse que “o grupo têxtil desenvolveu peças para abastecer a empresa com algumas confecções do Pró Sertão do Rio Grande do Norte”. Leia o posicionamento completo da varejista chinesa ao final da reportagem.
Ó Poder360 Ele entrou em contato com a Coteminas por meio do SAC e dos e-mails de vendas disponíveis no site da fabricante para perguntar se gostaria de comentar o assunto. Ele também enviou mensagem pelo canal de atendimento do portal de relações com investidores. Nenhum contato específico para assessoria de imprensa foi encontrado.
Também foi feita ligação telefônica para o número SAC da empresa às 16h25. Não houve resposta até a publicação deste relatório. O texto será atualizado caso comunicado seja enviado a este jornal digital.
Leia o que Shein disse na íntegra:
“Shein destaca que está comprometida com o processo de nacionalização anunciado em 2023 por meio de sólida atuação local, mercado, produção brasileira e geração de empregos.
- Só em 2023, a Shein produziu mais de dois milhões de peças com o selo “Made in Brazil” e estabeleceu parcerias com 300 fábricas, a maioria localizadas em quatro estados do país (MG, SC, PR e SP).
- A expectativa da Shein é que, até o final de 2026, cerca de 85% das vendas locais sejam compostas por itens de produção nacional e de mercado.
“Em abril de 2023, a Shein anunciou o marketplace local para que pequenos e médios empreendedores brasileiros pudessem vender seus produtos para os 45 milhões de clientes da empresa no país. Em pouco mais de um ano, Shein já tem
- 15 mil vendedores cadastrados, que já representam 55% das vendas da empresa no Brasil
“Em 2024, a empresa decidiu expandir o marketplace com foco em cinco estados:
- Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
“O crescimento significativo reforça o compromisso da Shein com o Brasil, contribuindo para o
- meta de ter 85% das vendas locais (tanto de vendedores quanto de fabricantes do mercado local) até o final de 2026.
- Através do seu modelo de negócio único sob demanda, a empresa está revolucionando a indústria têxtil no país, promovendo inovação, maior eficiência e redução de desperdícios.
“Shein continuará a apoiar e desenvolver empreendedores e parceiros locais, proporcionando-lhes,
- através de sua plataforma e modelo de negócios, um amplo mercado de valor agregado.
“Com relação à Coteminas, Shein informa que o grupo têxtil desenvolveu peças para fornecer à empresa junto a algumas confecções do Pró Sertão do Rio Grande do Norte.
“Os produtos desenvolvidos atenderam aos parâmetros de qualidade e custo da Shein, porém a etapa de lavagem e acabamento final das peças não foi concluída devido a problemas internos na Coteminas.
“É importante destacar que assim que a Coteminas superar o atual momento de recuperação financeira, o grupo têxtil voltará a direcionar esforços para o desenvolvimento e fornecimento de itens para Shein.”
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