Por Letícia Fucuchima
SÃO PAULO (Reuters) – A Braskem (BVMF 🙂 avança com seu primeiro projeto de utilização de baterias de grande porte em suas unidades industriais com o objetivo de substituir parte da geração térmica própria e reduzir emissões de carbono, em iniciativa já validada tecnicamente e poderá iniciar operações em 2026, disse um executivo da empresa à Reuters.
A primeira etapa do plano, que integra uma série de outras iniciativas e rotas para a descarbonização industrial da petroquímica, prevê a instalação de um sistema de armazenamento de energia por bateria (BESS) de 9,5 megawatts (MW) em uma unidade em Rio Grande do Sul, com potencial para alcançar uma redução nas emissões de CO2 de até 65 mil toneladas/ano.
O aplicativo já passou por validação técnica, para garantir que a bateria atenderá às necessidades do sistema da empresa, e agora o projeto entra na fase de recebimento de propostas comerciais em conjunto com modelos de negócios, explicou Gustavo Checcucci, diretor de energia e descarbonização da Braskem empresa industrial.
“Se tivermos sucesso na avaliação de viabilidade, estimamos que a bateria entrará em operação em 2026”, disse ele à Reuters.
Ele destacou que esses sistemas têm potencial para mudar a forma como as plantas petroquímicas operam. Por se tratar de uma indústria eletrointensiva, com processo produtivo que exige fornecimento estável e ininterrupto de energia elétrica, a Braskem conta atualmente com geração térmica própria em suas unidades, pois não pode estar sujeita a possíveis cortes de energia da rede. eletricidade nacional.
A proposta agora é substituir parte dessa geração termelétrica – baseada na queima de combustíveis fósseis, como combustíveis residuais e petróleo – por energia elétrica da “rede” sustentada por baterias.
“A ideia é vir com grandes baterias industriais que vão permitir reduzir a minha geração interna… Porque vou acreditar que, quando houver algum evento na rede (elétrica), que vai acontecer, a bateria vai responder instantaneamente e garantir confiabilidade”, disse ele.
O executivo afirmou ainda que o uso de baterias em sistemas industriais é algo relativamente novo, embora já esteja ocorrendo em alguns países asiáticos. “É uma solução disruptiva.”
A iniciativa da Braskem se soma à de outras grandes indústrias brasileiras que vêm testando a tecnologia, de diversas formas, em seus planos de descarbonização.
A Vale (BVMF:), por exemplo, já utiliza baterias para armazenar energia durante o dia e utilizá-la nos horários de pico de demanda, quando a energia é mais cara, aplicação chamada “peak shaving”.
Segundo Checcucci, o uso da bateria para redução da geração térmica será a primeira aplicação do BESS em larga escala na Braskem, mas a empresa já explora outras possibilidades, como uso para correção do fator de potência, resposta à demanda e também “peak shaving” . .
O plano atual da Braskem para baterias tem potencial de reduzir as emissões em até 170 mil toneladas de carbono por ano nas operações, mas a expectativa é que, com a consolidação dessa solução, esse ganho possa ser maior no futuro.
A Braskem tem o compromisso de reduzir em 15% as emissões de carbono até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2050. Para isso, a petroquímica avalia uma série de alternativas de descarbonização, como aumento da contratação de energia renovável, eletrificação de seus processos, utilização de hidrogênio verde e outros.
(Por Letícia Fucuchima)
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