Ibovespa reduz fôlego com realização após série de altas; Vale pesa e ofusca IPCA Por Reuters

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) – A economia desacelerou nesta quarta-feira, com movimentos de realização de lucros após sete sessões consecutivas fechando no azul e a queda das ações da Vale prejudicando a abertura mais positiva na esteira do IPCA abaixo do esperado no mês passado.

Por volta das 11h05, o Ibovespa subia 0,14%, aos 127.291,55 pontos, após atingir 127.769,25 na máxima e 127.109,09 pontos na mínima até então. O volume financeiro totalizou 4,77 bilhões de reais.

O IPCA subiu 0,21% em junho, após alta de 0,46% em maio, segundo o IBGE, abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,32%. Em 12 meses, apresentou alta de 4,23%, 3,93% em maio e previsão de 4,35%.

Segundo a equipe do Departamento de Pesquisas Econômicas do Banco Daycoval, o IPCA de junho apresentou melhora mais generalizada, principalmente nos itens mais voláteis.

Numa nota aos clientes, destacaram, no entanto, que manter os serviços subjacentes e de mão-de-obra intensiva num nível elevado “ainda constitui um desafio importante, exigindo persistência e firmeza da autoridade monetária”.

Os números corroboraram um novo alívio na curva de juros futuros brasileira, beneficiando ações sensíveis à economia doméstica, principalmente aquelas relacionadas ao consumo, mas também nomes com elevado endividamento.

Dependendo dos dados, a curva a termo precificou 90% de chance de manutenção da taxa Selic em 10,50% ao ano na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deste mês.

No exterior, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos tiveram variações modestas, sendo outro componente benigno para a bolsa paulista, enquanto em Wall Street registraram alta de 0,3%.

DESTAQUES

– MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:) subiu 3,85%, também se beneficiando do movimento nas taxas de juros futuras, enquanto os analistas do Safra elevaram a recomendação para que as ações tenham um “desempenho superior”, com preço-alvo de 18,50 reais – um potencial de alta de quase 37% em relação ao fechamento de terça-feira, de 13,51 reais.

– VAMOS ON avançou 2,76%, amparado pelo alívio na curva DI, mas também com relatório do JPMorgan (NYSE:) no radar elevando a recomendação da ação para “overweight”, com preço-alvo de 13,50 reais – um potencial alta de 49% em relação ao preço de fechamento do dia anterior de 9,06 reais.

– LWSA ON valorizou 2%, tendo como pano de fundo relatório do BTG Pactual (BVMF:) reiterando recomendação de “compra”, com analistas afirmando que a queda acumulada no ano – que deixou a ação próxima do preço do IPO – não faz sentido e eles veem um crescimento mais forte da empresa no futuro.

– ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:) foi negociado com alta de 1,03%, em sessão mais positiva para o setor, com BRADESCO PN (BVMF:) ganhando 1,61%, BANCO DO BRASIL EM (BVMF:) subindo 0,8% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:) subindo 1,2%.

– AZUL PN (BVMF:) caiu 1,57%, após cinco altas consecutivas, com o ajuste auxiliado por relatório do JPMorgan cortando a recomendação da ação para “neutra” e reduzindo o preço-alvo de 24,50 para 19 reais – ainda bem acima dos 8,90 reais no fechamento do dia anterior.

– VALE ON (BVMF:) registrou queda de 1,03%, acompanhando a queda dos futuros na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Commodities de Dalian encerrou o pregão do dia com perda de 0,5%, a 834 yuans (US$ 114,70) por tonelada.

– PETROBRAS PN (BVMF:) perdeu 0,23%, em meio a preços fracos no exterior, onde o barril foi negociado em queda de 0,26%, a 84,44 dólares. A empresa assinou um “acordo master” com a Yara Brasil para estruturar uma potencial parceria comercial em fertilizantes.

– CEMIG PN (BVMF:) cedeu 0,38%, reduzindo as perdas registradas anteriormente, já que os agentes financeiros continuam monitorando a possibilidade de a empresa ser usada como moeda de troca de Minas Gerais para reduzir sua dívida com a União.

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(Por Paula Arend Laier)